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sábado, 31 de março de 2012

PROTEGENDO O INIMIGO

Após um longo período sem ir aos cinemas, resolvi dar uma chegada no Cinemark do Diamond Mall em Belo Horizonte na noite de quinta-feira, dia 29 de março. Utilizando o cartão Claro Clube paguei R$ 7,00 pelo ingresso para ver o único filme que era possível, tendo em vista que cheguei ao shopping por volta de 19 horas, quando tinha início a sessão de Protegendo O Inimigo (Safe House), produção americana de 2012 dirigida por Daniel Espinosa. No elenco, os astros Denzel Washington (Tobim Frost, o inimigo do título em português) e Ryan Reynolds (Matt Weston, o protetor). Filme policial, onde um ex-agente da CIA considerado traidor se entrega no Consulado dos Estados Unidos em Cape Town, África do Sul, após uma perseguição com muito carro destruído e muita pancadaria. Ele é levado para um abrigo (a safe house do título original) onde trabalha o agente novato Weston. Uma equipe interroga o ex-agente quando o abrigo é atacado pelo mesmo grupo que perseguira Frost no início do filme. A partir daí West tem que fugir com Frost, procurando protegê-lo e levá-lo a salvo para um outro abrigo. Este convívio faz West rever seus conceitos em relação à CIA. História previsível, com final mais manjado do que nunca. O filme pode ser resumido como uma sequência de perseguição de carros em alta velocidade, pancadaria, tiros, mortes e tudo se repete novamente. O final é uma cópia descarada do final do último filme Missão Impossível. Não gostei.

filme

TRÊS ANOS DE BLOG

Hoje completam três anos que comecei a escrever este blog. Quando publiquei o primeiro post, em 31 de março de 2009, não imaginava que percorreria um caminho tão longo. Nas publicações que fiz ao longo destes anos, tive a oportunidade de expressar minha opinião, minhas preferências, relatar meu dia a dia, compartilhar meus momentos com amigos e anônimos. Hoje, o blog me enche de energia. Fiquei pensando como ilustrar este post quando na televisão vi uma chamada para o hilário seriado Os Três Patetas. Adorava ver os episódios quando criança e não importava se eram reprisados ao extremo. Já adulto, em minha primeira viagem aos Estados Unidos, comprei os bonecos dos três, além de uma camiseta com o rosto deles estampados na frente. Eles são três, a quantidade de anos que meu blog completa neste 31 de março de 2012. Fica aqui uma homenagem a eles, grandes personagens da televisão mundial, e como são três, fica uma homenagem ao blog, que de pateta não tem nada!


sexta-feira, 30 de março de 2012

QUALQUER COISA EU COMO UM OVO


Ao ler o caderno de cultura do Correio Braziliense do domingo, dia 25 de março, fiquei curioso em ver a peça Qualquer Coisa Eu Como Um Ovo por causa de seu título. Domingo era o último dia que ela estaria em cartaz no Espaço Cena, com sessões às 19 e 21 horas. Decidi conferir. Cheguei às 18:55 horas na SCLN 205, onde fica o simpático e pequeno teatro, com capacidade para umas 70 pessoas. Havia muita gente no corredor do bloco. Ao tentar comprar ingresso, tive a notícia que todos já haviam sido vendidos, mas ainda tinham alguns poucos ingressos para a sessão das 21 horas. Não tive dúvida em comprar uma inteira por R$ 20,00, retornando para casa, que fica perto do teatro. Voltei ao Espaço Cena já perto de 21 horas e encontrei o corredor do bloco novamente cheio, com fila para comprar ingressos. A entrada para a área interna do espaço cultural já estava aberta, permitindo aos que esperavam dar uma olhada na exposição fotográfica de Juan Pratginestós em cartaz na galeria do local. Os atores estavam do lado de fora em animado papo com amigos e parentes, todos devidamente maquilados e com o figurino de seus personagens. Vi as belas fotos da exposição, e logo me sentei, escolhendo um bom lugar, embora todos sejam bons. Fui avisado, assim como todos que chegavam, que o ar condicionado estava quebrado e que o calor seria grande quando a peça começasse. Um ventilador pequeno foi colocado no teto para amenizar a temperatura. A peça tem o inusitado título Qualquer Coisa Eu Como Um Ovo - Estudos Sobre A Violência 3, integrando a trilogia sobre a violência encenada pela Companhia Setor de Áreas Isoladas. Vi a primeira parte da trilogia, Vialenta, no Teatro Goldoni há quatro anos. Lembro-me que a peça me chamou a atenção não só pelo texto, mas principalmente pelo trabalho de ator. Infelizmente não consegui ver a segunda parte sobre a violência, Terapia de Ris(c)o - Por Uma Outra Via. Esta terceira e última parte da trilogia é baseada em texto de Sam Shepard, Angel City, escrito em meados da década de setenta, tem direção, fotografia e iluminação de Diego Bressani, e é encenada por Ada Luana, Camila Meskell, Rodrigo Fischer, que são integrantes da companhia, e pelos atores convidados Luiza Guimarães e Similião Aurélio. Com cenário simples, a história se passa em uma espécie de sala de ensaio de uma companhia de teatro que está em crise criativa, em crise financeira e em crise de popularidade, já que não consegue levar público para suas peças. O diretor da companhia, vivido por Camila Meskell, contrata um especialista para tentar ajudar, o Senhor Coelho, interpretado por Similião Aurélio. Este especialista vem do passado, de um século distante, motivo pelo qual usa aquelas perucas brancas típicas da corte francesa da época de Luís XVI. O bailarino principal do grupo é vivido por Rodrigo Fischer, e com seus óculos escuros não deixa dúvidas de que é a estrela, o galã da companhia. Luiza Guimarães dá vida a um personagem masculino, responsável pela arte sonora do grupo, mas também tem a responsabilidade de encontrar uma fórmula para atrair o público da pequena cidade onde a companhia tem sede. Ada Luana é a secretária do grupo que sonha em ser atriz. Com esta descrição, pode parecer que a história seja simples, mas não é. O texto beira o absurdo, flertando com o realismo fantástico, especialmente o final quando estranhas mutações físicas acontecem a todos na cidade. Assim como na primeira parte da trilogia, o trabalho de ator é muito forte. A interpretação dos cinco em cena está fantástica, sendo difícil destacar um deles. Similião Aurélio, com o seu timing de comédia já conhecido em Brasília, continua sendo hilário mesmo com interpretação contida. Seu tom de voz e a maneira de olhar já garantem boas risadas. Ada Luana faz uma secretária over em tudo. O seu gestual sincronizado com o texto que lê em cima da mesa é impressionante. Luiza Guimarães não muda a expressão facial, demonstrando que seu personagem é pé no chão, mas altera o tom de voz para demonstrar seus sentimentos. Camila Meskell dá um tom acelerado ao decadente diretor da companhia e Rodrigo Fischer impõe um ar meio blasé, meio idiota, ao bailarino número um do grupo. A mão de Diego Bressani é sentida em todas estas interpretações (digo isto porque vi outras peças que ele dirigiu). Eles estão reunidos para encontrar o "does like", expressão usado constantemente no texto, aquilo que fará a companhia acontecer na cidade. Durante os setenta minutos da peça, há momentos hilários e absurdos, garantindo uma reação de sonoras gargalhadas no público que ocupou todas as cadeiras do teatro. Como a peça faz parte da trilogia sobre violência, quem ainda não viu pode ficar perguntando onde ela se encontra em um enredo tão estranho como este. O grupo foi feliz em retratar, no formato de comédia, a violência que as companhias de teatro sofrem quando não tem patrocínio, quando não tem visibilidade, quando possuem dificuldades de se manter no mercado, quando não tem público. Optando pela comédia, o grupo é irônico e faz uma crítica velada à preferência do público pelo gênero que tanto faz sucesso nos palcos de Brasília. No fôlder de apresentação da peça, o texto termina com a frase "O fim está próximo." Seria uma máxima para a própria Companhia S.A.I. (Setor de Áreas Isoladas) ou para gêneros que não a comédia na capital do Brasil? Boa reflexão!

artes cênicas

quinta-feira, 29 de março de 2012

LE VIN BISTRÔ - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)


Endereço: Espaço Gourmet, ParkShopping, Brasília, DF.

Especialidade: culinária francesa, sob o comando do chef executivo Marcílio Araújo.

Ambiente: obedece o padrão das unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, com paredes amarelas, telas de LCD passando filmes clássicos do cinema mundial em preto e branco (sem som), mesas forradas com toalhas quadriculadas em azul e branco e arandelas em forma de abajur nas paredes. Em Brasília, há dois ambientes, um externo, como se fosse uma varanda, e um maior internamente. Há ainda um ambiente no segundo piso, mais reservado.

Serviço: segue também o padrão das outras unidades, sendo eficiente e discreto. Os garçons sempre estão atentos com o que se passa nas mesas, estando a postos quando necessário.

Quando fui: almoço do dia 23 de março de 2012, sexta-feira. Éramos dez comemorando o aniversário de uma colega de trabalho.

O que bebi: apenas água tônica Antarctica, pois era dia de trabalho.

O que comi: escolhi o menu executivo, com entrada, prato principal e sobremesa, disponível no cardápio de segunda a sexta-feira apenas para o almoço. Há uma lista de opções para entrada e principal, enquanto a sobremesa se limita a frutas da estação, no caso, manga, mamão papaia e abacaxi. Aceitamos o couvert da casa, um pão de fabricação própria acompanhado por manteiga e patê de fígado de ave. Simples e delicioso. O couvert é reposto na medida em que vai acabando. Escolhi uma terrine de campagne como entrada, que vem acompanhada por uma saladinha de folhas verdes e pepinos baby em conserva. Aproveitei um pedaço de pão para comer com a terrine. Ficou ótimo. Como prato principal, minha escolha recaiu no picadinho de filet de boeuf, ou seja, um autêntico picadinho de filé mignon. O molho do picadinho é espesso, cheio de sabor. No prato fundo é servida a carne em seu molho, encimada por um ovo frito com gema mole e banana assada. À parte, os acompanhamentos: arroz branco, farofa e feijão temperado com bacon. Embora no menu executivo, não quis a sobremesa, pedindo um café Nespresso para finalizar.


terrine de campagne 


picadinho de filet de boeuf 


Quanto paguei: R$ 84,00. Valor individual.

Minha avaliação: ++++. Foi a segunda vez que almocei no Le Vin Bistrô desde que abriu em Brasília e, assim como já fiz em Rio de Janeiro e São Paulo, vou voltar mais vezes.

Gastronomia Brasília

quarta-feira, 28 de março de 2012

ZAZÁ BISTRÔ TROPICAL - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO (RJ)




Endereço: Rua Joana Angélica, 40, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

Especialidade: cozinha contemporânea, com ênfase na culinária asiática e pitadas de brasilidade, sob o comando dos chefs Isabela Piereck e Pablo Vida.

Ambiente: fica em uma simpática casa de esquina de dois pavimentos com decoração cheia de badulaques, vasos de samambaias pendurados na excelente varanda, onde ficam algumas mesas, gradis de ferro retorcidos, lembrando a belle époque francesa. Cores fortes estão nas paredes externas e internas da casa. No banheiro frases de efeito escritas com tinta vermelha enfeitam as paredes brancas. Uma torneira em forma de tucano na pia do banheiro masculino não deixa dúvidas de que o restaurante tem ascendência tropical.




Serviço: relaxado, como se fosse um boteco de praia. Deveria ser melhor pelo porte do restaurante e pela ótima culinária que apresenta.

Quando fui: jantar do dia 17 de março de 2012, sábado. Éramos dois.

O que bebi: uma caipirosca de maracujá feita com a vodca Absolut, acompanhada de água com gás Schin. Há muito não bebia esta água porque era mais gás do que água, mas ela melhorou muito, ficando bem suave. A caipirosca estava bem feita, servida em um copo de design diferenciado como pode ser visto na foto abaixo.



O que comi: de entrada, compartilhamos uma porção de samosas. São sete pasteizinhos indianos  recheados com uma mistura de camarões, palmito fresco, coentro, frango orgânico, hortelã, gengibre e pimenta dedo de moça. Acompanha um potinho com chutney de manga. Crocantes por fora e com recheio macio e consistente, levemente picante, as samosas ficam melhor quando mergulhadas no chutney, pois o doce da manga corta a ardência do recheio. Como prato de fundo, optei por um atum fresco marinado e selado em sagú de tapioca ao gergelim com purê de batatas com wassabi e couve crocante. Atum apenas selado, cru por dentro, como deve ser, muito bom. A apresentação do prato é para se destacar, como se vê na foto. Achei a combinação do purê com wassabi um tanto quanto esquisita, com sabor diferente que não me seduziu. Preferi o pescado e a couve crocante. Não resisti e pedi uma sobremesa, optando pelo devil's cake, um petit gateau rústico com crosta crocante e um recheio de chocolate derretendo quando aberto. Ao lado, um sorbet de limão siciliano com raspas de laranja que estava pra lá de refrescante em absoluto contraste com o chocolate. Aprovado.


samosas 


atum fresco marinado e selado em sagú de tapioca ao gergelim com purê de batatas com wassabi e couve crocante 

Quanto paguei: R$ 280,45. Valor total da conta.

Minha avaliação: +++1/2. Se o serviço fosse melhor, minha avaliação subiria mais meio ponto.

Gastronomia Rio de Janeiro (RJ)

terça-feira, 27 de março de 2012

BRASILEIRINHO - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO (RJ)





Endereço: Avenida Atlântica, 3.564, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

Especialidade: culinária brasileira, destacando-se as iguarias mais famosas como a feijoada (prato forte da casa), a moqueca, o camarão na moranga, tutu de feijão, entre outras.

Ambiente: fica no Hotel Debret, mas tem entrada independente do hotel. Ampla parede de vidro garante a vista para o calçadão e o mar de Copacabana. O interior mescla uma decoração rústica, com piso de concreto batido, paredes cinzas com nichos onde objetos do artesanato brasileiro estão expostos, como as famosas bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha (MG), os balões coloridos de Parati (RJ) e as peças produzidas em Bichinho (MG). O teto é coberto de cestos das mais variadas fibras naturais. Ainda há uma reprodução de uma janela do casario colonial do interior do Brasil bem colorida em um das colunas de sustentação do ambiente. A modernidade fica por conta das cadeiras de design com assentos de plástico verde vibrante e pés de alumínio. As mesas são de madeira, lembrando móveis antigos e não estão cobertas por toalhas, apenas um passador branco. À esquerda de quem entra fica um pequeno bar revestido em madeira. Um das paredes abriga uma bonita adega climatizada.



Serviço: bom, mas houve momentos em que nenhum garçom estava no salão.

Quando fui: almoço do dia 17 de março de 2012, sábado. Éramos dois.

O que bebi: uma lata de água tônica Schweppes.

O que comi: dividimos uma bem servida moqueca caiçara à moda da casa, com peixe, camarões, lula, polvo, tomate, salsinha, cebola e pimentões vermelho e amarelo. Três acompanhamentos são apresentados junto ao prato: pirão, farofa e arroz branco. Pimenta à parte. Antes de escolher, disse ao garçom que queria um prato mais leve, pois fazia um calor forte no Rio de Janeiro. Ele me sugeriu a moqueca caiçara, dizendo que o prato era muito leve, diferente da moqueca baiana ou da famosa moqueca capixaba. Aceitei a sugestão. Realmente o prato é muito leve, com tempero bem suave, realçando o sabor natural dos ingredientes. Aprovadíssimo.



Quanto paguei: R$ 180,40. Valor total da conta.

Minha avaliação: +++1/2. Quero retornar para experimentar a feijoada completa da casa

Gastronomia Rio de Janeiro (RJ)

CT BOUCHERIE - GASTRONOMIA NO RIO DE JANEIRO (RJ) (2)





Endereço: Rua Dias Ferreira, 636, Leblon, Rio de Janeiro, RJ.

Especialidade: carne, sob o comando do chef Claude Troisgros.

Ambiente: pequeno, com decoração despojada, mesas dispostas em dois ambientes, um externo, numa espécie de varanda na calçada da rua e outro um pouco maior no lado interno. Como um bistrô francês, as mesas são bem perto umas das outras, fazendo com que, mesmo sem querer, "participemos" da conversa alheia. Nas paredes há desenhos de cortes de carnes e fotos de açougues com seus açougueiros. Ventiladores no teto dão um charme especial ao local. Sempre cheio, há fila de espera. No meu caso, cheguei após 23 horas, esperei perto de quinze minutos para ser chamado. As mesas são de madeira.

Serviço: o atendimento é bom, mas o sistema de rodízio dos acompanhamentos sendo servidos pelos garçons atrapalha um pouco, pois há sempre um ombro ou um braço perto da gente servindo o nosso prato ou o da mesa vizinha.

Quando fui: jantar de sexta-feira, dia 16 de março de 2012. Éramos dois.

O que bebi: uma garrafa do vinho tinto português Portal 2008, com 13,5% de álcool, produzido pela vinícola Quinta do Portal, a partir das castas tinta roriz (60%), touriga nacional (25%) e touriga franca (15%). Acompanhou água com gás Estilo Pouso Alto. O vinho, como já esperava, harmonizou bem com o corte de carne que pedi. A carta de vinhos não é extensa, onde se destacam majoritariamente os tintos franceses.



O que comi: um chateaubriand (coração do filé mignon) ao ponto. No prato, o molho chimichurri vem à parte (há sete opções de molhos), além de duas fatias de banana assada. Na mesa, um baldinho de alumínio com batatas chips e um pote de farofa de farinha panko. No rodízio, tomate recheado, legumes variados assados, polenta, purê de maçã, purê de batata baroa, purê de abóbora moranga, lentilha, entre outros. São tantas as opções que a gente nem sabe o que escolher. Além disto, elas chegam como se fosse um moto contínuo. A carne estava deliciosa, no ponto que gosto. Desta vez declinei da sobremesa e do café.


chateaubriand 


Quanto paguei: R$ 280,89. Valor total da conta.

Minha avaliação: +++1/2. O sistema de rodízio não me agrada e eu já tinha escrito isto em postagem datada de 15 de outubro de 2011 (clique aqui para ler)

Gastronomia Rio de Janeiro (RJ)

segunda-feira, 26 de março de 2012

LA TAMBOUILLE - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)




Endereço: Espaço Gourmet do ParkShopping, Brasília.

Especialidade: culinária franco-italiana, com cardápio contendo os clássicos destas duas cozinhas europeias. O chef responsável pelo restaurante é Giancarlo Bolla.

Ambiente: decoração que privilegia o clássico, com colunas, pé direito alto, cadeiras com espaldar em palhinha, espelho. O toque contemporâneo fica por conta da parede da esquerda de quem entra, totalmente coberta por plantas, destacando-se o verde de suas folhagens.

Serviço: bom e atento, como foi o caso, pois o maitre percebeu que o risoto que eu pedira estava ainda cru. Isto ele viu quando o prato já havia sido servido e se ofereceu, imediatamente, para trocá-lo..

Quando fui: almoço do dia 11 de março de 2012, domingo. Éramos dois.

O que bebi: apenas água com gás.

O que comi: aceitamos o couvert da casa, muito bem servido por sinal, consistindo de pães de fabricação caseira,manteiga, patê maison, azeite aromatizado (uma delícia para colocar no pão), ratatouille, focaccia com cebola caramelizada e uma surpresa do chef. A tal surpresa ainda aguardo até hoje, pois ela não chegou em nossa mesa, embora nas mesas vizinhas observei que recebiam um prato com alguma iguaria gratinada. Resolvi ser comedido no couvert, pois decidimos pedir uma entrada para compartilhar. Escolhemos uma berinjela precoce a parmigiana com top de burrata cremosa de búfala. A louça em que os pratos são servidos é um caso à parte. São lindas, como se pode ver nas fotos abaixo. A berinjela estava saborosa, mas não a esquentaram em tempo adequado, pois o miolo estava bem frio. Acho que se estivesse em temperatura ideal, a entrada seria mais interessante. Para o parto principal, fiquei em dúvida entre alguns clássicos franceses, mas acabei por aceitar a sugestão do dia, pregada no cardápio com um clip. Foi uma codorna desossada à Boscaiola com recheio de cogumelos frescos servidos com risoto de erva. Como já escrevi acima, o risoto estava cru, mas quando o prato voltou, novamente bem montado, estava como deve ser, cremoso e com o amido já quebrado. Ficou bom, mas a codorna era infinitamente superior. Tempero agradável, cozimento no ponto, recheio que se integrou bem à carne desta ave. Embora dei uma olhada nas sobremesas, pedi somente um café expresso. As iguarias que acompanham o café são um deleite para os olhos e fazem o papel de sobremesa: docinhos, biscoitos e geleias deliciosos.


berinjela precoce a parmigiana com top de burrata cremosa de búfala 


codorna desossada à Boscaiola com recheio de cogumelos frescos servidos com risoto de erva 


iguarias que acompanham o café 


Quanto paguei: R$ 277,75. Valor total da conta.

Minha avaliação: +++. Vou voltar, pois quero experimentar outras opções do cardápio.

Gastronomia Brasília

XANADU - O MUSICAL

Uma musa, juntamente com suas irmãs, sai do Olimpo e vem à Terra para ajudar um artista em crise existencial  a recuperar sua auto estima e ainda abrir uma casa noturna fora dos padrões a que as pessoas estavam acostumadas. Este é, em síntese, o mote de Xanadu, filme de 1980 estrelado por Gene Kelly e Olivia Newton-John, que ganhou uma versão em forma de musical para os palcos da Broadway em 2007. Este  musical teve a primeira versão brasileira escrita por Artur Xexéo e dirigida por Miguel Falabella. Estava no Rio de Janeiro no último final de semana em que o musical estava em cartaz no Teatro Oi Casa Grande, localizado no Shopping Leblon. Sem maiores pretensões, passei na bilheteria do teatro no final da tarde da sexta-feira, dia 16 de março, e consegui o ingresso para a sessão da noite, pagando R$ 200,00 para ficar em local centralizado, com total visão do palco. O teatro ficou bem cheio, mas não lotou. Na versão brasileira, a musa, ou semi-deusa, Clio, que adotou o nome de Kira em seu disfarce de mortal, desce à Praça Paris, no Rio de Janeiro, nos anos oitenta, para ajudar Sony, o artista, a abrir uma roller disco. Assisti ao musical pós acidente quando o espetáculo ficou duas semanas suspenso, já que o casal protagonista, Danielle Winits e Thiago Fragoso tinham caído, durante uma apresentação, de uma altura de cinco metros na cena em que simulavam um voo sob a plateia suspensos por um cabo de aço. O ator teve problemas mais sérios e não voltou a atuar no espetáculo, sendo substituído por Danilo Timm. A cena, obviamente, foi cortada, assim como foi suprimido o intervalo que havia durante o musical. Porém, a cena em que Danielle Winits atravessa o palco em um cavalo alado suspenso foi mantida. O público fica com a respiração presa, mesmo sendo bem vagarosa a passagem, pois fica a sensação de que o cabo pode não suportar e causar um novo acidente ao vivo. São pouco mais de 100 minutos corridos a duração da peça. O cantor Sidney Magal também participava do musical, no papel de Dany, um velho empresário, dono do imóvel abandonado onde Sony (Danilo Timm) quer construir sua disco, mas foi substituído por Miguel Falabella nas duas últimas semanas em que o musical ficou em cartaz. O elenco de apoio é hilário, especialmente Sabrina Korgut (Calíope/Afrodite) e Gottsha (Mêlpomene). O exagero que foi a marca dos anos oitenta está presente no figurino, nas perucas, nos cenários, nas cores berrantes e na própria interpretação dos atores. Confesso que fiquei um pouco frustrado em não ver Magal em cena, pois Falabella transformou o musical em uma comédia pastelão, recheada de cacos, ficando muito parecido com os programas Sai de Baixo e Toma Lá, Dá Cá. Os demais atores seguiram a onda de Falabella e também improvisaram muito, com exceção de Danielle Winits, que se mostrou esforçada para cantar, mas sua voz não tem muito alcance. Por falar em música, as versões para o português das canções ficaram muito boas. Gottcha arrasou quando solava alguma música. Um detalhe curioso é que Winits, no papel de Clio/Kira, fica quase o tempo integral do musical sob patins. Os demais atores do elenco, com exceção de Falabella, também usam patins em algum momento. Enfim, ri muito, mas continuo preferindo o filme, com toda a sua áurea kitsch.



artes cênicas

domingo, 25 de março de 2012

CLUBE ATLÉTICO MINEIRO

Galo forte e vingador. Parabéns pelos 104 anos!


MESTIÇO - GASTRONOMIA EM SÃO PAULO (SP)




Endereço: Rua Fernando Albuquerque, 277, Consolação, São Paulo.

Especialidade: cozinha contemporânea, com ênfase na culinária asiática, especialmente a tailandesa. Está sob o comando da chef Ina de Abreu.

Ambiente: fica em uma casa perto da movimentada Avenida Consolação. Está sempre cheio, com fila de espera, tanto no almoço, quanto no jantar. Lugar para ver gente descolada, bonita, interessante, ou seja, lugar para ver e ser visto. As mesas ficam em um salão com tons amarelados nas paredes, que servem de local expositivo, já que sempre há algum artista em cartaz no Mestiço. Uma fonte com água jorrando sobre pedras garante um ar zen ao local. Logo na entrada, em uma espécie de ante-sala, funciona um pequeno bar e algumas mesas destinadas a quem está na lista de espera. Há também mesas e um banco na calçada com o mesmo fim.

Serviço: experiente, mesmo com a casa cheia, o atendimento dá conta do recado, com garçons jovens e eficientes.

Quando fui: almoço do dia 04 de março de 2012, domingo. Éramos dois.

O que bebi: não há como resistir às caipiroscas do local. Pedi uma de frutas amarelas com vodca Absolut. A mistura de manga, carambola, pêssego, tangerina, laranja e maracujá ficou sensacional. Uma Coca Zero foi necessário para matar a sede, pois o calor abafado na capital paulista estava forte.



O que comi: pedi a entrada clássica da casa, presente em praticamente todas as mesas, um krathong-thong. São cestinhas tailandesas de massa crocante abertas recheadas com frango desfiado, milho e especiarias. O prato é servido com sete unidades, formando um interessante mosaico com o desenho da louça. Foram rapidamente devoradas por nós. Uma delícia! Como prato de fundo, optei por um paad thai, ou seja, talharim tailandês com frango,broto de feijão, amendoim, camarão seco especiarias. Levemente picante com suave sabor adocicado. É muito bem servido e estava muito saboroso.


krathong-thong 


paad thai 


Quanto paguei: R$ 173,36. Valor total da conta.

Minha avaliação: +++1/2. Já fui várias vezes e, com certeza, voltarei outras tantas.

Gastronomia São Paulo (SP)

ALMA MARIA - GASTRONOMIA EM SÃO PAULO (SP)


RESTAURANTE NÃO EXISTE MAIS


ALMA MARIA

Endereço: Rua Oscar Freire, 439, Cerqueira César, São Paulo.

Especialidade: culinária espanhola, sob o comando do chef Tony Botella.

Ambiente: moderno, fica em uma casa com três pisos. Logo na entrada, sem portas, fica o bar, o que confunde muita gente, pois é difícil notar que ali há um restaurante. Eu achei que era uma champanheria. Em um piso inferior, fica o salão principal, com a cor laranja das cadeiras garantindo um ar "caliente" ao ambiente, embora o ar condicionado faz o favor de deixar o salão bem frio. Há uma enorme estante que cobre grande parte da parede da direita de quem entra, desde o bar, repleta de artigos que fazem lembrar uma mercearia. A base das paredes é coberta por pedras. Ainda há mesas dispostas no mezanino e no piso superior. Um inusitado pé de mandacaru sai do chão e "vaza" uma das mesas do salão principal.


Serviço: atencioso, eficiente, sem demora no atendimento e nem na chegada à mesa dos pratos.

Quando fui: almoço do dia 03 de março de 2012, sábado. Éramos dois.

O que bebi: uma cava, já que estava em um restaurante espanhol. Bebi apenas uma taça da Cava Castellroig Brut, da região de Penedès. Foi servida na temperatura ideal, refrescante como pedia o dia abafado. Para acompanhar, água com gás com o rótulo do próprio restaurante, Alma Maria.

O que comi: comparti a entrada, pulpo a la gallega. O prato tem uma bonita apresentação e vem com duas unidades de polvo cozido ao estilo da Galícia sobre batata assada com pimentão. Muito bom. Em seguida, experimentei o arroz cremoso de bacalao e asparragus. Servido em um bowl, lembra um risoto, sem o queijo. Os aspargos frescos estavam bem tenros. Aprovadíssimo o prato. Pulei a sobremesa, indo diretamente para o café expresso. O cardápio tem uma ampla variedade de tapas.


 pulpo a la gallega 


arroz cremoso de bacalao e asparragus 


Quanto paguei: R$ 272,16, valor total da conta.

Minha avaliação: +++1/2. Experiência muito boa.



Gastronomia São Paulo (SP)

sábado, 24 de março de 2012

CONFRARIA VINUS VIVUS - 63ª REUNIÃO

Em 19 de março de 2012 a Confraria Vinus Vivus se reuniu pela 63ª vez para degustar vinhos tintos da Espanha. Mais uma vez a confrade Rita não pode comparecer. Sentimos a falta dela. Nesta reunião, um novo confrade passou a integrar o grupo, Ricardo M., na vaga deixada por Lucimar. A reunião foi em uma segunda-feira, noite de chuva fina em Brasília, na casa de Vera. Foram quatro os vinhos degustados, além daquele que harmonizamos com o jantar oferecido pela anfitriã.

Vinho 1 - Frontaura Crianza


Safra: 2005.
Álcool: 14%.
Casta: 100% tinta de toro.
Produtor: Bodega del Palacio de Los Frontaura Y Victoria.
Região: Toro, Espanha.
Cor: rubi, com reflexos granada na unha.
Aromas: rosas, defumado, compota de frutas, aceto balsâmico, pitomba, tangerina, açúcar de confeiteiro.
Boca: acidez presente, com muita salivação, taninos educados e sutis, aveludado, torrefação, no retrogosto deixou um sabor de framboesa.
Estágio: 15 meses em barricas de carvalho francês.
Importador: presente do produtor para a confraria. Na Espanha custa € 7.
Harmonização: cordeiro, carne assada.
Observações: A produção anual deste vinho é de 79.985 garrafas. Medalha de ouro no concurso alemão Mundus Vini.

Vinho 2 - Tilenus


Safra: 2003.
Álcool: 15,5%.
Casta: 100% mencia.
Produtor: Bodegas Estefania.
Região: Pieros, Bierzo, Espanha.
Cor: rubi escuro, apresentando uma leve evolução na unha, de coloração granada.
Aromas: caramelo, baunilha, ervas secas, tomilho, funghi, couro, jasmim, charuto.
Boca: ácido, estruturado, elegante, mentolado, xarope.
Estágio: 22 meses em barricas de carvalho.
Importador: Del Maipo - R$ 350,00.
Harmonização: massa com molho mais consistente, como o de funghi secchi.
O preferido da noite por Bruno.

Vinho 3 - Antión Premium


Safra: 2005.
Álcool: 13,5%.
Casta: 100% tempranillo.
Produtor: Bodega Antión.
Região: Alanessa, Rioja, Espanha.
Cor: rubi, com reflexos violáceos.
Aromas: manteiga, chantili, glacê de bolo, caramelo, frutas negras, baunilha, cassis.
Boca: redondo, equilibrado, no retrogosto deixou um sabor de carambola na boca.
Estágio: 20 meses em barricas de carvalho francês e mais 12 meses em garrafa.
Importador: Viníssimo (Art du Vin) - R$ 990,00.
Harmonização: cordeiro, carne assada, grelhados.
Observação: fermentado em pipas de dois mil litros.
O campeão da noite, sendo o preferido por Cláudia, Vera, André, Abílio, Leo e Marquinho.

Vinho 4 - Aalto PS

Safra: 2005.
Álcool: 14,5%.
Casta: 100% tinto fino (tempranillo).
Produtor: Bodegas Aalto.
Região: Ribera Del Duero, Espanha.
Cor: rubi bem escuro.
Aromas: cacau, chocolate amargo, laranja passada.
Boca: taninos bem presentes, aceto balsâmico, toranja, salgado, cítrico no final da boca.
Estágio: 32 meses em barricas de carvalho.
Importador: Península - R$ 970,00.
Harmonização: cordeiro.
Observação: O PS no nome significa pagos seleccionados (terrenos selecionados).
O preferido da noite por Ricardo M. e Fernanda.

Vera nos brindou com um jantar fantástico: neck de cordeiro com molho do próprio caldo acompanhado de polenta granulada. Para harmonizar, continuamos na Espanha, com o vinho tinto Terra Remota Camino, produzido por Marc & Emma Bournazeau para Explorústic Empordà, na região de Empordà, safra 2007, elaborado com as castas syrah (35%), garnacha negra (35%), cabernet sauvignon (20%) e tempranillo (10%). Passa 12 meses em barricas de carvalho. Em Brasília, é vendido na Art du Vin ao preço de R$ 120,00. Como três dos vinhos degustados na noite tem a indicação de harmonização com carne de cordeiro, aproveitamos a oportunidade para também experimentar esta combinação e deu muito certo. Finalizamos com um suflê de goiaba com calda quente de requeijão. Nespresso para terminar com chave de ouro.


 neck de cordeiro com molho do próprio caldo 


polenta granulada 


 suflê de goiaba com calda quente de requeijão 


Terra Remota Camino 

Em abril, a Confraria Vinus Vivus completará seis anos. Decidimos repetir os mesmos rótulos que degustamos em nossa primeira reunião, ou seja, vinhos tintos italianos do Piemonte.

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