07/01/2022 (sexta-feira) - Gastón estava tossindo muito e sentia a garganta arranhando. Ao sair do La Favrika del Bajo, onde fizemos um almoço tardio, ele foi à farmácia Red Farma, na esquina na diagonal de onde estávamos, para comprar um remédio para gripe, pelo qual pagou ARS 200,00 (R$ 5,71). Da farmácia, fomos dar uma volta pela região para conhecê-la. Embora já passasse de 18:00 horas, o dia ainda estava claro, com céu limpo e muito calor. Descemos a rua Urquiza em direção ao Rio Paraná, que banha Rosario.
Muita gente caminhando nos calçadões dos parques que ladeiam o rio. Nós decidimos ir para a esquerda, pela Avenida Belgrano, em direção ao ponto turístico mais famoso da cidade, o Monumento Nacional a La Bandera. No caminho, famílias inteiras aproveitando a leve e refrescante brisa que vinha do rio. Também os esportistas correndo, caminhando em passos largos, andando de bicicleta e patinetes. Fomos caminhando tranquilamente, apreciando a arquitetura dos edifícios da avenida.
Há um monumento aos mortos na Guerra das Malvinas, com um painel com a seguinte frase: Malvinas, por siempre argentinas. Mais adiante, já em frente ao Monumento Nacional a La Bandera, uma homenagem aos 250 anos de nascimento e aos 200 anos da morte do General Manuel Belgrano, pessoa fundamental na libertação da Argentina do poder espanhol. A escultura em sua homenagem fica no Parque Nacional a La Bandera.
O mastro da bandeira argentina é muito alto, fincado no meio da avenida, entre o parque e os edifícios. Em frente a ele, o famoso monumento. Ao fundo, uma empena de um dos edifícios da região estampa uma pintura de Messi, que nasceu em Rosario, com a mão no peito, mirando a bandeira nacional. Um tapa na cara daqueles que o acusam de não ser patriota por ter ido viver muito criança na Espanha.
Voltando ao monumento, ele impressiona por sua imponência e magnitude. Muito concreto, muita pedra, muito mármore em uma esplanada enorme, sem sombras, sem plantas, limpíssima, apenas um grande vazio. No alto das escadas está a chama que nunca se apaga, e mais uma esplanada, menor do que a primeira, até dar nos costados da Basílica Catedral Nuestra Señora del Rosario. Tiramos muitas fotos, apreciamos a vista do rio e dos prédios ao lado do monumento, além de um mural alusivo à independência argentina. Atravessamos todo o monumento, indo em direção à catedral. No muro em frente ao seu costado, uma interessante homenagem a Juan Emilio Basso Feresin, com grafite, lambe lambe, colagem, stencil, desenho, tudo fazendo referência aos direitos das mulheres.Entramos na catedral, que é muito escura por dentro, mas nada nela me chamou a atenção. Ela fica na Plaza 25 de Mayo, que tem desenhos dos lenços símbolos das Mães de Maio no seu piso. Consultamos o mapa para ver a melhor direção para chegarmos de volta ao hotel, onde entramos às 19:20 horas.
Eu estava muito cansado, pois tivemos o dia de viagem, que sempre é desgastante, e essa caminhada por quase três horas. Foi tomar um banho, deitar e dormir. Acordei às 21:40 horas com o telefone do quarto tocando. Era Emi querendo saber onde iríamos jantar.
Pelo adiantado da hora, não conseguimos fazer reservas em nenhum dos restaurantes que consultamos. Entre eles o Ceviche Rosario e o Chinchibira, ambos na Calle Jujuy. Decidimos pegar o carro e seguir para a região onde se concentram os restaurantes e bares mais badalados da noite rosarina, nos arredores do Paseo Oroño.
Todos os bares estavam cheios, afinal era noite de sexta-feira, fazia calor, o céu estava limpo. A juventude na rua celebrando a vida. Paramos em frente ao Ceviche Rosario. Eu desci do carro, indo até a portaria, onde o recepcionista da casa me atendeu, perguntando se eu tinha reserva. Respondi que tinha ligado e não aceitavam mais reservas. Estava cheio e não estavam colocando nomes da lista de espera, pois a cozinha encerrava o expediente às 23:00 horas. Voltei para o carro. Gastón tinha em sua lista um bodegón (estilo cantina) clássico da cidade, o Comedor Balcarce, que não ficava longe de onde estávamos. Seguimos para lá. Não havia como estacionar na porta, demos uma volta larga até achar uma vaga e seguimos a pé. O restaurante fica em uma esquina. Ali jantamos.
Restaurante: Comedor Balcarce.
Endereço: Calle Brown, 2.093, Rosario, Santa Fé, Argentina.
Instagram: @comedorbalcarce
Data: 07/01/2022 (sexta-feira) - jantar.
Especialidade: estilo cantina, com clássicos da culinária argentina.
Tempo no local: 1 hora.
Valor pago: ARS 2.210,00, em dinheiro (R$ 63,14). Valor para duas pessoas (eu e Gastón).
Serviço: entramos e nos sentamos em uma mesa para quatro pessoas no primeiro salão, próximo ao balcão. Um garçom mais velho nos atendeu, muito simpático e atencioso. Respondeu tranquilamente nossas perguntas, tirou o pedido, trazendo em seguida as bebidas. Já com a comida servida, que veio em tempo adequado, Rogério pediu a um outro garçom, mais jovem, uma garrafa de soda (água com gás), mas o garçom não entendeu, respondendo rispidamente que Rogério deveria falar em espanhol e que era para ele pedir para o garçom que estava atendendo a mesa. Gastón não gostou do tom do garçom e começou a discutir, indo até o balcão, onde foi recebido pelo dono do local, que o acalmou. O garçom que iniciou nosso atendimento voltou a nos atender e assim foi até o final do jantar. Os pratos vieram quentes. São bem servidos.
A experiência: eu nunca tenho dúvidas em locais clássicos. Peço o mais tradicional, o mais consumido, pois é muito difícil vir algo errado. Em praticamente todas as mesas havia, pelo menos, um prato com milanesa. Desta forma, escolhi, assim como Gastón, o prato que leva o nome do restaurante, a milanesa balcarce (ARS 800,00). Trata-se de uma milanesa de carne bovina, fininha, macia, com o empanado bem crocante, encimada com queijo gratinado no forno, um pedaço de pimentão vermelho para dar cor e charme na decoração, e um ovo frito com gema mole. Para acompanhar batatas fritas sem nenhuma gordura. Prato simples,delicioso. Eu bebi uma Coca Cola sem açúcar (ARS 160,00), enquanto Gastón pediu uma dose de Cinzano (ARS 250,00) e uma soda (ARS 100,00).
Após o jantar, o clima estava nos convidando para uma caminhada sem pretensões. Fomos andar no Paseo Oroño, cheio de palacetes e bares descolados. Caminhamos umas dez quadras em direção contrária ao rio, quando decidimos voltar. Neste passeio, Emi fez questão de dizer que não queria mais comer em bodegón na viagem. O Comedor Balcarce foi o primeiro bodegón que fomos desde o início de nosso giro pela Argentina.
Era hora de uma boa noite de descanso. Retornamos para o hotel, onde chegamos exatamente à meia-noite.
Dormir era necessário.
Continua...
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