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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

TOUR DALE - FINLÂNDIA


Sem compromissos para a última quarta-feira de janeiro, vi no jornal que estava em cartaz no Teatro da Caixa Cultural o show do duo Finlândia. Resolvi passar na bilheteria do teatro antes de seguir para o trabalho, conseguindo comprar um ingresso para a quarta fileira para a noite daquele mesmo dia. Comprei uma meia entrada, por R$ 5,00, com a indicação de que deveria doar um livro. Ao chegar no teatro, vi que esqueci do tal livrro, tendo que passar na bilheteria e complementar o valor para a inteira. Ingresso carimbado, entei no teatro. Palco simples, sem nenhum adereço, apenas os instrumentos musicais dos dois músicos. Um é argentino, Maurício Candussi, e o outro é brasileiro, Raphael Evangelista. Eles estavam lançando o quarto disco naquela turnê. O tour chama-se Tour Dale. O repertório é quase todo instrumental. Enquanto o argentino fica com os teclados, o acordeão e a base eletrônica, o brasileiro toca o violoncelo devidamente plugado. O show me surpreendeu. Ritmos da América Latina dominaram o repertório, com influências de ritmos de todas as partes do mundo, dando vontade de sair da poltrona para dançar. Ouvimos rumba, salsa, zouk, cumbia, murga, frevo, baião, forró, samba, além de algumas misturas inusitadas como o forró com o tango. O show é algo astral, cabendo ao brasileiro o contato com o público. No meio do espetáculo, uma surpresa para nós, quando foi chamado ao palco André González, vocalista da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju para uma participação especial, cantando uma bela canção. Foi um belo show. Gostei muito.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

UMA TARDE NA CAIXA CULTURAL DE BRASÍLIA

Passei uma parte da tarde de sábado, 25 de janeiro de 2014, na Caixa Cultural, onde há quatro exposições em cartaz, todas com entrada franca. Cheguei por volta de 15 horas. Antes de entrar para conferir as obras expostas, passei na bilheteria para saber para quais espetáculos havia venda de ingressos. Comprei entradas para três deles, sendo duas peças e um show para a semana que começaria no dia seguinte. Sem mochila, fui direto para as galerias, vendo as exposições na seguinte ordem:

01) Zona de instabilidade - Galeria Principal. Com curadoria de Júlia Rebouça, a mostra traz onze obras da artista mineira Lais Myrrtha. É um recorte de alguns trabalhos da artista que se utiliza de vários materiais para demonstrar seu conceito de instabilidade. Desenhos, instalações, esculturas em concreto, que mais lembram um projeto arquitetônico, vídeo são alguns de seus recursos para reproduzir o inacabado. Tudo parece em construção, nada é definitivo. Embora sejam apenas onze obras, a exposição ocupa o maior espaço dentre aqueles destinados às artes visuais da Caixa Cultural. É fácil de percorrer as obras, mas é preciso ler as informações na entrada para entender melhor o que a curadora pretendeu ao reunir este conjunto de Myrrtha.

02) Além de um lugar - Galerias Piccola I e II. A curadora Marisa Mokarzel traz um recorte da fotografia paraense cujas fotógrafos integram a Kamara Kó Galeria. São dezesseis artistas que tem trajetórias e estilos distintos, mas são reunidos nesta exposição para mostrar um olhar sobre o espaço, cujo título, Além de um lugar, é muito apropriado, pois não se trata de registrar um local, uma paisagem, uma casa ou uma rua, mas todos estes cenários são captados de forma especial fazendo com que o visitante veja além de uma bela paisagem, de um cenário perfeito. Algumas fotos carregam um tom de emoção muito forte. Destaco a instalação para a fotografia Cerco à memória, única foto de Alexandre Sequeira na exposição. A simbologia do velório com a mata pegando fogo ao fundo, aliado à maneira como a foto é mostrada ao público, já vale a visita. Foi a exposição que mais me agradou naquela tarde.

03) Como se fosse - Galeria Vitrine. Mais uma mostra de fotografia, desta vez da artista paulista Julia Kater, com curadoria de Eder Chiodetto. A artista não se contenta em fotografar. Depois de pronta, ela corta e recorta suas fotos, faz intervenções, usa da técnica de colagem e de sobreposição, inverte a posição das fotografias, coloca-as de cabeça para baixo ou faz uma junção de uma parte de uma foto com a parte de outra. Depois destas intervenções, surgem novas fotografias, novos pontos de vista. Uma simples inversão de foto de uma árvore fez nascer uma nova árvore. Nada é o que parece, tudo depende de como enxergamos a fotografia na nossa frente. Muito interessante.






04) Na Galeria Acervo estão expostas fotografias de projetos ganhadores do programa de sustentabilidade patrocinado pela Caixa. Ao ver cada foto, fiquei sabendo de programas simples que são executados em pequenas localidades ou mesmo em grandes centros, ajudando milhares de famílias a viver melhor, seja na geração de trabalho e renda, seja na educação, seja na saúde, na cultura, no lazer, no esporte. Em cada projeto fotografado, há uma ficha técnica e um breve resumo do que se trata.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

GUIA DA CULINÁRIA OGRA - ANDRÉ BARCINSKI




Confesso que comprei o livro por causa da capa, mas gostei muito do seu conteúdo. Indicações bem humoradas para se comer bem em São Paulo, em locais que deixam o requinte de lado, com prato fartos e preços acessíveis. E para quem pensa que ele só indica restaurantes/bares obscuros, vai ficar surpreso em saber que locais badalados, sempre presentes em guias gastronômicos da cidade de São Paulo e até mesmo integrantes da lista dos melhores restaurantes da América Latina, estão neste guia da culinária ogra, como o é caso do Mocotó, restaurante de culinária nordestina, do Sujinho, uma ótima pedida para quem gosta de carnes, e o Frangó, bar que tem a coxinha como seu carro chefe. Leitura rápida e prazerosa.  Guia para se ter à mão em viagens para São Paulo.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CAPITÃO PHILLIPS

Em tempos de Oscar, concentro nos filmes concorrentes quando vou ao cinema. Se não estivesse concorrendo não escolheria ver nas telonas Capitão Phillips (Captain Phillips). Mas como ele concorre a seis Oscar, incluindo melhor filme e melhor ator coadjuvante, não tive dúvidas em ir conferir. Escolhi o Cinemark Pier 21, pagando R$ 20,00 a inteira. São 134 minutos de duração, com direção de Paul Greengrass. Encabeça o elenco o sempre ótimo Tom Hanks, vivendo o capitão que dá título ao filme. Baseado em história real e adaptado a partir de livro que narra um sequestro de um navio de cargas norte americano nas águas internacionais próximas da costa da Somália. Os sequestradores são somalis, chamados de piratas modernos, que usam a violência para atacar navios, fazendo reféns e exigindo milhões de dólares para devolver o navio e sua tripulação. Na história, Phillips conduz o navio que saiu do porto de Omã rumo a Mombaça, no Quênia. Em nenhum momento a carga é mostrada, mas nos diálogos do capitão com o chefe dos sequestradores ele diz se tratar de comida para distribuir aos africanos. O navio parte sozinho, sem escolta armada, e quando atinge a Bacia da Somália, ele é abordado por duas lanches de piratas somalis. Em um primeiro momento, ele consegue afugentá-los, usando das armas disponíveis no navio, mas os sequestradores não dão trégua e uma lanche consegue abordar o navio e subir a bordo. A partir daí, o embate entre os quatro somalis e o capitão dão a tônica do roteiro. Muse é quem comanda o sequestro. Ele é interpretado brilhantemente pelo ator Barkhad Abdi, nascido na Somália, o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Depois de muitas tratativas, onde ninguém confiava em ninguém, e sempre com truques para enganar um ao outro, os somalis deixam o navio em uma baleeira, mas levam consigo o capitão. A marinha americana é acionada e um verdadeiro aparato de resgate é montado. Por ser baseado em história real, quando já entramos sabendo o final, poderia haver uma acomodação no desenvolvimento do roteiro, mas o filme é tenso o tempo inteiro, fato que pode ser creditado à excelente edição. E esta tensão fica no ar. Nós, sentados nas confortáveis poltronas do cinema, predemos a respiração, mexemos na cadeira, acompanhando o desenrolar do sequestro, que vai ficando cada vez mais tenso. O ápice se dá com o resgate, faltando poucos minutos para terminar a película. A interpretação de Hanks também é muito boa, mas para os integrantes da academia hollywoodiana ela não foi o bastante para ele integrar, mais uma vez, a lista concorrente a melhor ator do ano. Gostei muito do que vi.

domingo, 26 de janeiro de 2014

FELINDA


E a primeira peça que vi em 2014 foi uma surpresa para mim. Resolvi ir ao teatro no final de semana. Abri o caderno Divirta-se do Correio Brazilense para procurar o que estava em cartaz. Descartei os espetáculos voltados ao público infantil. No Teatro da Caixa Cultural estava Felinda. O nome me chamou a atenção, bem como a pequena sinopse. Sem saber se ainda encontraria ingresso, pois já era sábado à tarde, passei na bilheteria para conferir. Ainda tinham pouquíssimos ingressos para a noite de sábado e para a noite de domingo. Comprei, por R$ 5,00, valor de meia entrada na condição de doador de um livro, qualquer que fosse ele, no dia da peça. Entrada para domingo, 26 de janeiro de 2014, às 19 horas. Cheguei faltando dez minutos para a previsão de início. Hall do teatro lotado. Primeira surpresa: dezenas de crianças. Pensei comigo: "tinha descartado peça infantil e acabei por comprar entrada para uma delas". Teatro completamente lotado. Público heterogêneo, com pessoas idosas, casais novos com crianças que mal andavam, adolescentes, jovens namorados, de todas as matizes, pessoas sozinhas, como eu. O espetáculo começou na hora, sendo a segunda surpresa da noite, pois isto é raro em Brasília. Em cena, a Companhia Carroça de Mamulengos, uma trupe de teatro-circo-brincantes que nasceu em Brasília em 1977 e hoje segue levando alegria e diversão por todo o país. A companhia é formada por uma família numerosa, além de alguns convidados. Felinda era o espetáculo a ser apresentado, co-dirigido pela italiana Alessandra Vannucci e pela própria trupe. A história é simples, mas cheia de beleza. Felinda, nem feia, nem linda, é uma menina que queria seguir com o circo, mas sem talento, é abandonada pelos artistas circenses. Ela perde a memória, esquecendo seu nome, de onde era e com quem vivia. Já idosa, busca, em sua memória muito particular, o mundo do circo, o que é a deixa para os números apresentados pela companhia. Assim, passam diante dos nossos olhos palhaços, mas com uma leveza sensacional, fugindo um pouco do tradicional, mesmo quando usam elementos manjados, como o chorar copiosamente jogando água na plateia. Elementos do imaginário popular, como a lenda da mula sem cabeça, e festas tradicionais do nosso país, como o bumba meu boi, também são apropriados na peculiar história de Felinda. A interação com a plateia é outro ponto alto, pois eles não forçam ninguém a participar. Adultos e crianças foram chamados ao palco e não faltaram voluntários. Ri muito dos dois palhaços, irmãos gêmeos, em número com uma perna de pau. Também me emocionei com Felinda, carregada de dor em sua postura física (lembrem-se de que é uma senhora idosa), cujos olhos estão sempre bem abertos (a atriz usa uma máscara) à espera de seu maior desejo, o de seguir o circo, ser realizado. Enquanto isto não acontece, sua vida é entremeada com o imaginário (as histórias de sua cabeça que são os números circenses) e o real, quando tenta, sem sucesso, aprender algum número para mostrar à trupe circense, quando a encontrasse. História lúdica, que agradou a todos que estavam no teatro, adultos e crianças. Foi a maior surpresa para mim. Gostei muito. Felinda mostrou que a fé é linda.

sábado, 25 de janeiro de 2014

CONFRARIA VINUS VIVUS - 83ª REUNIÃO

Dia 20 de janeiro de 2014, 20 horas. A Confraria Vinus Vivus fez sua primeira reunião do ano. Repetimos o tema e os vinhos da reunião de novembro, pois naquela oportunidade ficamos mais focados na harmonização dos vinhos do Piemonte com o jantar, onde reinou a trufa branca trazida de Alba. Outro motivo para o repeteco foi a quantidade de garrafas que Marcos levou para a reunião: apenas três. Desta vez, ele não só levou as mesmas três, como acrescentou mais um vinho elaborado com a casta nebbiolo em território argentino. Neste 83º encontro, duas ausências: André e Abílio, que foram substituídos por Ricardo e Felipe, respectivamente. Infelizmente, eu estava de jejum por causa de um exame que faria na manhã do dia seguinte, o que me impediu de experimentar os vinhos. Eis os tintos degustados na noite:

Vinho 1 – Viña Alicia Coleccion de Familia


Safra: 2007.
Álcool: 15%.
Casta: 100% nebbiolo.
Produtor: Viña Alicia.
Região: Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina.
Cor: rubi, rubi.
Aromas: tostado, fruta madura, cereja, terra, fruta confitada.
Boca: saliva bem, acidez muito presente, o que é típico da nebbiolo, quente, xarope, amargo ao final, pesado.
Estágio: 14 meses em barricas de carvalho.
Importador: Decanter.
Valor: R$ 260,00.
Harmonização: costela assada, bife ancho (por causa da gordura).
Decanter: ficou por mais de duas horas decantando.
Observação: terá uma boa evolução pela frente.
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Vinho 2 – Gattinara Riserva (DOCG)


Safra: 2006.
Álcool: 13,5%.
Casta: 100% nebbiolo.
Produtor: Travaglini Giancarlo.
Região: Gattinara, Piemonte, Itália.
Cor: rubi claro, com reflexos granada.
Aromas: ameixa seca, especiarias, caramelo, pimenta do reino, pitomba, rosa, tabaco, couro.
Boca: acidez presente, mas é um vinho tranquilo, não agride o paladar, taninos presentes, tem um amargo muito marcante, deixa a língua levemente anestesiada.
Estágio: 30 meses em barricas de diversos tamanhos e procedências + 12 meses em garrafas.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 260,00.
Harmonização: risoto de funghi com carré de cordeiro.
Decanter: ficou por mais de duas horas decantando.

Vinho 3 – Bruno Rocca (DOCG)


Safra: 2008.
Álcool: 14,5%.
Casta: 100% nebbiolo.
Produtor: Bruno Rocca.
Região: Barbaresco, Piemonte, Itália.
Cor: rubi claro, com reflexos granada.
Aromas: floral, delicado, herbáceo, iodo (de leve), azedinho doce, saco de açúcar, melaço, açúcar de beterraba.
Boca: acidez e taninos presentes, azedinho doce, retrogosto de marrom glacê sem muita doçura, mais para seco.
Estágio: 24 meses em barricas, sendo 80% francesas e 20% em tonéis de dois mil litros (botte) + 12 meses em garrafa.
Importador: World Wine.
Valor: R$ 526,00.
Decanter: ficou por mais de duas horas decantando.
Harmonização: cordeiro, pato.
Observação: o nome Rabajà escrito no rótulo se refere ao vinhedo de onde foram colhidas as uvas para sua elaboração.

Vinho 4 – Pio Cesare Ornato


Safra: 2008.
Álcool: 14,5%.
Casta: 100% nebbiolo.
Produtor: Pio Cesare.
Região: Barolo, Piemonte, Itália.
Cor: rubi claro, levemente indo para o granada.
Aromas: eucalipto, mentol, intenso, fruta fresca, mofo, cogumelo, ácido no nariz, pimenta rosa, caju.
Boca: taninos elegantes e doces.
Estágio: 36 meses em barricas, sendo 70% de carvalho Allier e 30% em bottes de dois a cinco mil litros.
Importador: Decanter.
Valor: R$ 600,00.
Harmonização: é um vinho gastronômico por si só. Pede comida.
Decanter: ficou por mais de duas horas decantando.
Observação: Ornato só é feito em anos excepcionais. Foi o preferido da noite por todos os presentes que participaram da degustação.

Após a degustação, a anfitriã serviu um aromático jantar: cuscuz marroquino e pescoço de cordeiro com batatas coradas. Muitos dos confrades guardaram um pouco dos vinhos da degustação para experimentá-los com a comida. Além deles, o jantar foi acompanhado pelo vinho tinto Cecubo, safra 2007, com 13,5% de álcool, elaborado pela Villa Matilde na região de Campania, Itália. Na sua elaboração estão as castas rabbuoto, primitivo e piedirosso. Ele passa por 12 meses em carvalho. Um rocambole de laranja foi a sobremesa, encerrando com um café Nespresso. Saímos desta reunião com as datas acertadas para os encontros de fevereiro e março.



cuscuz marroquino


pescoço de cordeiro com batatas coradas


vinho

gastronomia