Conforme combinado, nosso city tour começou às 14:30 horas, saindo de frente do hotel Victoria & Alfred, que fica no Waterfront. Contratamos o serviço junto à Samsara Africa no dia anterior. Tour privativo para nós três em uma van muito espaçosa, com guia e motorista. O motorista falava só inglês e se chamava Mark, enquanto a guia era Sofia, uma moçambicana residente em Cape Town. Quando entramos no carro, ela nos perguntou o que queríamos ver, onde queríamos ir. Considero este tipo de pergunta inadequada, pois o serviço contratado era um city tour de quatro horas. Era mais apropriado ela dizer o mais comum de se ver neste tempo, se estava bom para nós. Ninguém ali sabia direito quais eram os pontos mais importantes do ponto de vista turístico para se conhecer em quatro horas. Tínhamos uma noção apenas. Falamos que queríamos ver os pontos de interesse turístico, lembrando que o combinado era terminar, após quatro horas de city tour, ao pé da Table Mountain, onde ficaríamos por nossa conta. Sofia, então, disse, em linhas gerais, o que veríamos. A seguir, os locais por nós conhecidos naquela tarde de 01º de janeiro de 2014.
Castelo da Boa Esperança (Castle of Good Hope) - a construção mais antiga existente em Cape Town, onde funciona uma base militar do exército e um museu. Por ser feriado, estava fechado para visitação. Descemos da van para fazer algumas fotos de seu exterior. Na praça em frente, fica a prefeitura da cidade, cujo prédio é do início do Séc. XX. Da sacada deste prédio Nelson Mandela fez seu primeiro discurso à nação depois que foi solto da prisão, em 1990.
Distrito 6 (District Six) - é um bairro cuja população de origem escrava foi removida de suas casas na época do apartheid. As casas foram destruídas, mas nada foi levantado no lugar. Pouca coisa restou, como os templos religiosos, alguns prédios, uma escola técnica onde hoje funciona uma universidade. Há um museu neste bairro que conta esta história, mas como iríamos conhecer o Museu do Apartheid em Joahnnesburg, não quisemos parar. Hoje, o governo começa a devolver os terrenos para os antigos proprietários em um programa de construção de moradia popular.
Hospital Grote-Schurr - só passamos em frente a este hospital onde foi realizado o primeiro transplante de coração do mundo.
Jardins da Companhia Holandesa das Índias Orientais (Company's Gardens) - outro local onde só vimos de dentro do carro. Sofia disse que o local estava degradado e sem conservação, embora o movimento estivesse grande naquela tarde de sol quente. O jardim ocupa uma grande área em bairro próximo ao centro da cidade.
Bo-Kaap - uma das áreas residenciais mais antigas da Cidade do Cabo, também é conhecida como Malay Quarter. Suas casas são pintadas com cores fortes, vibrantes, lembrando as cores do Caminito, em Buenos Aires, ou as das construções do Pelourinho, em Salvador. Embora vivam pessoas de várias origens e credos, o bairro é associado à comunidade muçulmana da cidade, especialmente os descendentes dos escravos malaios. Ao passar em uma das ruas do bairro, notamos um movimento festivo. Era uma espécie de carnaval. Descemos para conferir a festa. Um bloco descia a rua com seus integrantes fantasiados de forma igual, com forte pintura no rosto e uma fanfarra tocando um som dançante. Na cabeça de muitos dos participantes do bloco uma sombrinha muito parecida com as utilizadas no carnaval de Recife/Olinda. Até a música lembrou o carnaval brasileiro. Dançamos um pouco, posamos para fotos, tiramos fotos com um integrante da velha guarda do bloco e seguimos adiante.
Gay Quarter - logo depois de Bo-Kaap, passamos pela área gay da cidade, quando Sofia nos disse que a Cidade do Cabo é a cidade mais gay-friendly do continente africano. Suas ruas são cheias de bares, restaurantes e lojinhas descolados.
Cape Town Stadium - paramos nas imediações do estádio construído para a Copa Fifa 2010, quando tiramos algumas fotos.
Praias - passamos novamente por algumas praias que já tínhamos visto na manhã do dia anterior. Na parte da tarde, com o sol bem mais forte, estavam lotadas. Continuei a achar graça na parede humana que se formava em frente ao mar. Mesmo com muito calor, era raro ver alguém se arriscar a nadar nas águas geladas do Oceano Atlântico. Outro fator que desestimula um mergulho é o vento forte que torna o mar bravio. Subindo em direção a Signal Hill, em uma espécie de belvedere, descemos da van para tirar algumas fotos, tendo os picos conhecidos com 12 Apóstolos como cenário.
Signal Hill - é uma colina de onde se tem uma das mais belas vistas da Table Mountain. Há, inclusive, uma moldura amarela enorme onde todo mundo faz pose para se enquadrar na foto tendo a famosa montanha como background. Na estrada que conduz a Signal Hill, vimos o acesso a um pico visto de várias partes da cidade chamado Lion's Head (Cabeça de Leão). Até hoje tento enxergar uma cabeça de leão nele e não consigo. Neste mesma estrada, em uma curva aberta, muitos carros param encostados ao alambrado, pois dali se sem uma excelente vista do estádio de futebol. Fizemos o mesmo, mas sem descer do carro.
Assim que terminou a visita a Signal Hill, fomos para a Table Mountain. Tínhamos apenas duas horas e meia de tour. Achamos estranho, mas nada dissemos. Não sei se a guia não tinha entendido que a Table Mountain não faria parte de nosso city tour. Na verdade, não estávamos gostando muito da nossa guia. Chegamos ao pé da Table Mountain perto de 17 horas. Já tínhamos ingresso comprado, via internet, ainda no Brasil. Pulamos, pois, a fila da bilheteria, seguindo direto para a que se formava para entrar no teleférico que nos conduziria ao topo da montanha. Sofia desceu, dizendo que daria toda a assistência até a nossa entrada no teleférico. Uma fila de táxi no local nos tranquilizou quanto a nossa volta. Pagamos a ela o preço combinado com Tiane pelo city tour, ou seja, U$ 250. Quando estávamos na fila, ela nos disse que poderia subornar um funcionário do local para a gente entrar como cadeirantes em uma acesso exclusivo para pessoas com deficiência. Fingi que não escutei aquilo. A partir deste momento, pouco falei com ela. O mesmo fizeram Cláudia e Vera. Pareceu uma coisa natural, que ela oferece sempre aos turistas que conduz. Achei um absurdo. Recusamos veementemente, permanecendo na fila como todos os demais turistas. Ela ficou conosco até entrarmos no teleférico, o que demorou apenas uns vinte minutos. Terminava ali um city tour de 4 horas que durou, com aquela espera na fila, apenas 3 horas. Às 17:30 horas subimos a Montanha Mesa. Achei interessante os pontos que visitamos, mas ficou aquele gostinho de quero mais.
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