Durante o voo da
South African Airways a caminho de
Joahnnesburg, resolvi conferir as opções de filmes no sistema individual de entretenimento a bordo. Dentre vários títulos, escolhi ver
Blue Jasmine, produção americana de 2013. É o mais recente filme de
Woody Allen, diretor que aprecio muito. E para melhorar, é estrelado por
Cate Blanchett. Ela está ótima no filme interpretando Jasmine, uma socialite que vive em
New York, cheia de glamour e com muito dinheiro e, de repente, se vê desamparada, sem grana, tendo que reconstruir sua vida ao lado da irmã Ginger (
Sally Hawkins), da qual não apreciava quase nada: hábitos, decoração do pequeno apartamento, namorados.
Blanchett realmente merece a indicação de melhor interpretação feminina para o
Oscar deste ano. Ela está linda, super elegante, mesmo na decadência (lembrei-me da música
Decadence avec elegance, de
Lobão), transmitindo toda a tristeza (o
blue do título) pela qual está passando sem a vida fútil, mas repleta de dinheiro, que levava. Mas ela não perde a elegância jamais. Continua a usar suas roupas de grife, chega na casa da irmã com suas malas
Louis Vuitton, e continua a tentar viver na sua ilusão. O recomeço, tendo que trabalhar como secretária em uma clínica médica, onde é assediada, e o início de um novo namoro, quando ela omite sua condição de mãe e de separada, são pontos altos do filme. Gostei, tendo vontade de ver novamente para prestar atenção nos detalhes, já que um filme de
Allen é sempre verborrágico, o que faz a gente perder um pouco o olhar para o que acontece como pano de fundo das cenas.
Allen voltou aos seus filmes mais melancólicos, deixando de lado os suspenses e comédias ligeiras que tinha rodado ultimamente, quando usou cidades europeias como cenário das películas. Ele voltou para casa e voltou triste, como se tivesse com saudades do clima "solar" da
Europa. A tristeza veio não só no título, mas também na maioria dos personagens. E, dentre todos os tipos que aparecem nas telas, os personagens femininos são, de longe, os de maior destaque. Parece que os homens são apenas um ponto de apoio, ou mesmo uma decoração chique, para a história de Jasmine. No final, mesmo gostando do filme, achei que
Cate Blanchett conseguiu ser maior do que o filme e do que o próprio roteiro.
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