Do centro de Stellenbosch até a Jordan Wines demorou cerca de meia hora. Passamos por várias pequenas vinícolas, todas com as parreiras carregadas de cachos de uvas, já que a vindima nesta região da África do Sul acontece nos meses de março e abril. A paisagem é linda. Saímos da estrada principal, entrando em vias mais estreitas, o que nos permitiu ver bem de perto muitas parreiras, para, enfim, chegarmos na linda Jordan, onde tínhamos ótimas referências em relação ao seu restaurante. A reserva foi feita por Cláudia, via e-mail, ainda no Brasil. Mesa para três pessoas confirmada para 13:30 horas. O lugar é lindo. Jardins bem cuidados, árvores frondosas garantindo excelente sombra na beira de um lago repleto de patos egípcios. Há um café/padaria no local, que estava lotado de gente lanchando. O restaurante fica depois deste café. São poucas mesas, a maioria delas dispostas em um terraço externo, devidamente protegidas com grandes ombrelones. Há um salão menor, mas estava ocupado com uma turma grande. Ficamos do lado externo. A princípio, achamos que o calor que fazia iria nos incomodar. Mas isto não aconteceu. A vista que tínhamos era maravilhosa. De nossa mesa, víamos o lago à frente, as parreiras nas encostas das colinas da direita e da esquerda e uma série de outras vinícolas no horizonte, além das montanhas que circundam a região. Simplesmente lindo. Quanto ao restaurante, foi uma experiência magnífica. Atendimento impecável, serviço de vinho perfeito, comida saborosa e sensacional. O restaurante tem uma pegada francesa com toques contemporâneos, sob o comando do chef George Jardine. Seu cardápio muda diariamente, pois segue a sazonalidade dos produtos que utiliza, com o chef escolhendo os mais frescos. O sistema é parecido com um menu degustação, mas com opções de escolher entre cinco entradas, cinco pratos principais e quatro sobremesas, além de dois acompanhamentos, estes pagos à parte. Há um menu de dois pratos - R$275 (R$ 60), com entrada e prato principal; e um menu de três pratos - R320 (R$ 69,40), com entrada, prato principal e sobremesa. Escolhemos o de três pratos. Iniciamos os trabalhos com água mineral com e sem gás customizada para a Jordan (R25 - R$ 5,40, cada garrafa de 750 ml) e um vinho branco, produção da vinícola, elaborado com a casta chardonnay: Jordan Nine Yards, safra 2011 (R395 - R$ 85,60). A escolha do vinho teve a ajuda de um dos garçons que nos atendia. Vinho leve, refrescante, próprio para o calor que fazia. Rapidamente secamos a garrafa, antes mesmo de chegar o prato principal. Escolhemos outro vinho, também branco, só que com a casta chenin blanc, o Jordan BF 2013 (R148 - R$ 32), vinho bem mais simples, com toques minerais. Preferi mil vezes o primeiro que bebemos. Em relação aos meus pratos, foram os seguintes:
Entrada: steamed flowering zucchini, fresh water crayfish mousse, orange, fennel and vegetable crudities - trata-se de flor de abobrinha cozida no vapor recheada com um creme de carne de lagosta, escoltada por folhas verdes e alguns legumes crus. Uma calda levemente doce de laranja e gotas de wasabi completavam esta maravilhosa entrada. Mesmo não apreciando muito a carne de lagosta, o creme dela feito estava muito bem temperado, se dissolvendo na boca. E o sabor da flor de abobrinha é algo indescritível.
Prato principal: mousseline of steamed green aspargus, sweet pea and ash rind goats cheese croquettes - prato com bonita apresentação, sem carne. São aspargos frescos cozidos no vapor servidos com ervilhas e folhas precoces de agrião, além de deliciosos bolinhos fritos de queijo de cabra, com uma crosta levemente crocante. Os bolinhos derretiam no contato com a boca, deixando o sabor forte do queijo de cabra dominar todo o paladar. As ervilhas eram doces que, misturadas com o aspargo, não deixavam o queijo de cabra dominar quando na boca. Experiência sensacional. Deu vontade até de pedir mais.
Sobremesa: vanilla panna cotta, macerared summer berries, white chocolate sabayon - uma panna cotta cremosa, quase líquida, servida com zabaione de chocolate branco e com amoras maceradas. Um biscuit doce completava o prato. Para meu gosto, o ponto fraco do almoço. Dispensável, embora estivesse bem feito.
Ainda ficamos um bom tempo na mesa, acabando nossa segunda garrafa de vinho branco e apreciando a paisagem. Uma lombeira baixou rapidamente e ainda tínhamos mais vinícolas para visitar. Pedimos uma xícara de café espresso duplo (R20 - R$ 4,30) para tentar espantar o sono. Em seguida, veio a conta. Pagamos o montante de R1.800 (R$ 390), já incluída a gorjeta de 12,5%. Foi um almoço inesquecível.
Levantamos da mesa, mas a vontade era ficar por ali, descansando debaixo das árvores. O relógio marcava 15:45 horas. Decidimos tirar algumas fotos na beira do lago. Vimos sofás convidativos debaixo de uma grande árvore e lá ficamos por quinze minutos. Vera quase dormiu. Tínhamos que ir embora, pois ainda iríamos para outra cidade produtora de vinhos, Franschhoek.
Estávamos precisando de um bom tempo naquele paraíso. Mas seguimos em frente. No caminho, tiramos a conclusão que não deveríamos ter bebido duas garrafas de vinho durante o almoço. E ainda lembramos que na parte da manhã, já tínhamos bebido quatro taças de vinho cada um quando da degustação que fizemos na Waterford Estate! Leonard, nosso guia/motorista, muito simpático, só ria de nossa situação. Dissemos que não tínhamos condição de visitar outra vinícola. Assim, conheceríamos Franschhoek, onde ficaríamos até o jantar, pois tínhamos uma reserva no The French Connection Bistro para 18:30 horas, feita pelo Tiane no dia 31 de dezembro de 2013. Nossa esperança mesmo era conseguir sair da lista de espera do The Tasting Room at Le Quartier Français, restaurante que fica na cidade para onde estávamos indo e que integra a seleta lista dos cem melhores do mundo, ocupando a 53ª posição na edição 2013.
Endereço: Stellenbosch Kloof Road, Stellenbosch, África do Sul.
www.jordanwines.com
www.jordanwines.com
Contatos: +27 21 881 3612 - restaurant@jordanwines.com
Especialidade: culinária contemporânea, com sotaque francês, sob o comando do chef George Jardine
Especialidade: culinária contemporânea, com sotaque francês, sob o comando do chef George Jardine
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