Caverna Reed Flute
Quinta-feira, 20 de setembro. A chuva continuava a cair em
Yangshuo. Tomamos o pior café da manhã da viagem no hotel
New West Street Hotel. Desci cedo para o
lobby do hotel, onde fizemos o
check out, recebi a grana que havia deixado como garantia de volta e fiquei navegando na internet até
Bruce e o motorista chegarem. Entramos na van no estacionamento coberto do hotel. Era hora de deixarmos
Yangshuo, voltando para
Guilin. No trajeto, muita chuva, muita obra na estrada, muita tensão por causa da forma como os chineses dirigem. Vimos muitas barracas de beira de estrada vendendo produtos agrícolas, como frutas e legumes. O que nos chamou a atenção foi a quantidade de toranja (pomelo, grapefruit) que estava à venda. As toranjas eram enormes. Por isso tinha tanto suco desta fruta em todos os cafés da manhã dos hotéis por onde passamos. Para minha felicidade, pois adoro o suco amargo de toranja. Demoramos quase três horas para chegar em
Guilin. Fomos direto cumprir o roteiro do nosso pacote, visitando a
Caverna Reed Flute. A van parou o mais próximo possível da entrada da caverna, mas ainda tivemos que subir uma longa escada, debaixo de chuva. É uma caverna interessante, com muitas galerias, estalactites e estalagmites pelo caminho, todo ele devidamente calçado com corrimão e avisos para prestar atenção no chão escorregadio.
Bruce parava de galeria em galeria para mostrar o formato de cada pedra. Golfinho, peixe, macaco, mãe amamentando seu filho, nuvens, caranguejos, estrela do mar, entre tantas outras formas que a imaginação de cada um possa alcançar. A caverna é bonita, mas as localizadas em
Minas Gerais (
Rei do Mato, Lapinha e
Maquiné) dão de 10 nesta atração de
Guilin. Poderia ser melhor se eles não usassem uma iluminação verde e azul, o que confere um ar de boate decadente ao interior da caverna. Demoramos cerca de quarenta minutos percorrendo todos os espaços da caverna. Para pegar a van tivemos que descer as mesmas escadas, tomando um pouco de chuva. A próxima atração era um museu. Chegamos no estacionamento do
Museu da Pérola do Mar do Sul da China, onde muitos ônibus de excursão estavam estacionados. V não quis descer do carro. Eu, D, S e C fomos atrás de
Bruce. Assim que entramos, fomos recebidos por um senhor de riso fácil que nos apresentou ao museu, levando-nos para uma sala onde retirou uma pérola de uma ostra jovem. Ele deixou que pegássemos na pérola. Em seguida, disse que ia nos mostrar a diferença entre uma pérola legítima e uma falsa, levando-nos para outra sala. A visita ao museu acabava ali. A tal outra sala era uma imensa loja onde artigos e mais artigos feitos com pérolas de todos os tamanhos, formatos e cores estavam à venda. V tinha razão em ter ficado no carro. Demos uma olhada rápida nas vitrines da loja, saindo sem nada comprar. O senhor de riso fácil tirou o riso da cara. Voltamos para o carro. Já era hora de almoçar. Era nosso último almoço incluído no pacote de nossa viagem.
Bruce cumpriu a promessa feita mais cedo e nos levou a um restaurante muito popular na cidade, praticamente só frequentado por locais. Fica no centro de
Guilin e se chama
Xiaonanguo.
Nele não há uma só palavra escrita em inglês. A única coisa que identificamos foi a numeração. Ficamos em uma sala privativa. Vieram vários pratos, muitos parecidos com o que vínhamos comendo ao longo dos dias passados na
China, mas houve um prato específico, muito apreciado na cidade, que era um peixe da região cozido com muita cebola, pimentão e ervas. Muito bom. Despedimos bem da comida chinesa. Assim que acabamos de almoçar, pedimos um chá de gengibre para ajudar na digestão.
Bruce propôs uma esticada em algum hotel da cidade, mas todos preferimos ir direto para o aeroporto, mesmo sabendo que estávamos bem adiantados. Foi o que fizemos. Ao chegar, vimos nossas malas do lado de fora, assim como várias outras, todas separadas por grupos, mas sem identificação e sem ninguém tomando conta. Demos o envelope com a tradicional gorjeta ao motorista, nos mesmos valores dados aos motoristas que nos conduziram nas cidades precedentes, pegamos as malas e fomos fazer o
check in, desta feita na
Hong Kong Airlines. Embora
Hong Kong pertença à
China, o setor de embarque utilizado é o da área internacional. Tivemos que fazer imigração, carimbar o passaporte com a saída do país e entregar o papel preenchido na entrada em
Pequim. Fomos para um setor específico de
check in, enfrentamos a fila para quando chegou nossa vez sermos informados de que o despacho para nosso voo ainda não estava aberto. Tivemos que sair, sentando na parte comum do aeroporto, perto dos despachos para voos internos. Ali, cada um se distraiu como quis.
Bruce ficou estudando espanhol, tentando tirar suas dúvidas de pronúncia conosco. Para todo lado que eu olhava no aeroporto via o retrato de
Kaká anunciando uma pílula para dor de garganta em banners enormes. Quando eram 16:45 horas, voltamos para o local de nosso
check in, onde uma fila enorme já se formava. A entrada só foi liberada quinze minutos depois. Parecia que tinham aberto uma porteira, com muita gente saindo correndo para ser um dos primeiros da fila do
check in. Fomos rápidos, sendo um dos primeiros a fazer o despacho da bagagem e pegar nosso cartão de embarque. Despedimos de
Bruce, entregando a ele o envelope com sua gorjeta. Fomos para o portão de embarque. O voo não atrasou, decolando no horário. Serviram refeição quente.
Chegamos em
Hong Kong no horário previsto, ou seja, às 19:50 horas. No maior aeroporto do mundo é muito fácil caminhar. As malas rapidamente chegaram na esteira. Fizemos câmbio, pois a moeda não era mais o RMB e sim o dólar de
Hong Kong. Na saída, compramos o bilhete para o trem expresso que liga o aeroporto à estação central da cidade. O trajeto dura 25 minutos. Na estação, pegamos dois táxis para nosso hotel. O curioso é que os carros eram grandes, mas as malas não cabiam no bagageiro. O motorista, que estava de bermudas por causa do calor que fazia, saiu do carro, acomodou as malas com parte delas para fora, segurou-as com uma cordinha e fechou o bagageiro até onde dava. Fomos pelas ruas movimentadas da cidade com parte das malas para o lado de fora. Em pouco mais do que vinte minutos chegamos ao hotel, o
Cosmopolitan (
387-397 Queen's Road East). Seu
lobby estava lotado, com muitos hóspedes brasileiros que participavam de uma feira internacional de jóias. Nosso
check in foi muito rápido. Entrei no quarto, tomei um banho, desfiz as malas e desci para sairmos. Batemos perna pelas ruas do centro comercial da cidade, muito próximo do nosso hotel. Ficamos andando até a fome bater, isto perto de 23 horas. Foi difícil achar um restaurante cuja cozinha ainda estava aberta. Paramos em uma rua de pedestre com bares e restaurantes de ambos os lados. Escolhemos um de culinária espanhola, o
El Cid, onde jantamos. Depois, voltamos a pé para o hotel. O calor era forte, agravado pelo fato de o clima ser muito úmido. Chegamos suando bicas no hotel. Novo banho e cama. No dia seguinte, rodaríamos por grande parte da cidade.