Zhujiajao
Segunda-feira, dia 16 de setembro de 2012. Era nosso último dia em Xangai. No pacote, o dia era livre para fazermos o que bem entendêssemos. Michael, nosso guia, havia sugerido fazer um passeio nos arredores da cidade, visitando uma pequena cidade histórica com mais de 1.700 anos de história. A cidade se chama Zhujiajiao e fica cerca de uma hora e meia de carro do centro de Xangai. O valor individual para seis horas de passeio, incluindo almoço no retorno, era RMB 450 (R$ 146,00 ou U$ 71.40). S preferiu ficar na cidade, explorando locais que não conhecemos, como o Museu de Xangai. Eu, V, D e C aceitamos a oferta de Michael. Às 9 horas da manhã iniciamos nosso passeio. Pouco mais de uma hora depois, chegávamos à Zhujiajao. A van parou perto do centro histórico, onde descemos para fazer todo o percurso a pé e de barco. As casinhas são pintadas de branco com lanternas chinesas, sempre na cor vermelha, enfeitando suas janelas e portais. Em ambos os lados da rua há pequenos quiosques vendendo comida típica da região. O guia disse que não era aconselhável comermos tais alimentos, devido às condições de higiene em que eram feitos. Vimos senhoras idosas, com unhas muito sujas, amassando arroz cozido com carne de porco cortada em cubinhos e alguns temperos para colocar aquela mistura em folhas de uma verdura local, amarrando-as com um barbante, usando a boca como auxílio na hora de arrematar o nó. Depois de amarrado, o salgado era colocado em uma panela com água fervendo, onde ficava cozinhando. O aspecto lembra o de uma pamonha. Também nesta rua, vimos algumas flores de lótus, sem as pétalas, assando em chapas de ferro. O cheiro era bom. Chegamos a uma das 36 pontes sobre os canais que existem no local. Abaixo da ponte havia algumas embarcações de madeira, utilizadas desde tempos remotos para a navegação nestes canais, o que me fez lembrar de Veneza. Michael comprou um passeio de meia hora pelo canal. No barco, apenas um senhor conduzia o leme, utilizando na cabeça aqueles chapéus em formato de cone, muito utilizados pelos trabalhadores em plantações de arroz na China. O barco navegou lentamente pelo canal, possibilitando-nos apreciar a bela paisagem de árvores e casas seculares. O piso térreo destas casas de dois andares foi transformado em restaurantes, lojas de souvenir ou bares ao longo dos canais. Antes de descer do barco, posamos para fotos segurando o leme, como se fôssemos os comandantes. Michael nos levou até uma imponente ponte chamada Dragon Gate Stone, com figuras de dragões e leões cravadas em sua murada. Ali ele nos deixou livres para caminhar pelo labirinto de ruas estreitas que formam o mercado da cidade. Caminhamos até voltar para o canal onde navegamos, atravessando uma bonita ponte de madeira coberta como se fosse uma passarela. Paramos em um bar para tomar uma xícara de café espresso Illy. Seguimos em frente, passando em frente a restaurantes que tinham bacias do lado de fora com alguns animais vivos. Eles fariam parte do menu do almoço daquele dia. Vimos alguns crustáceos, tartarugas e cobras. Fomos para o ponto de encontro, onde Michael já estava. Antes de entrarmos na van para retornar a Xangai, o guia entrou em um supermercado para comprar uma bebida local, que ele chamou de vinho chinês. Parecia uma garrafa de uísque pequena e tinha 35% de álcool. Voltamos para Xangai, indo direto para o almoço. Michael nos disse que experimentaríamos o churrasco da Mongólia. Ficamos todos apreensivos. Chegamos cedo ao restaurante, chamado Mongolian's Barbucue. Havia pouca gente nas mesas. O tal churrasco mongol nem de longe lembra o que nós conhecemos. Em uma cumbuca, o cliente se serve de finíssimas fatias de carne (boi, porco, carneiro e frango), enroladas como se fosse presunto, mistura alguns legumes e verduras cruas, escolhe o molho entre uma dezena de opções e leva a cumbuca cheia para um local fechado com vidro transparente, colocando-a em uma janelinha à direita. Três chineses ficam ao redor de uma enorme chapa de ferro redonda na qual eles despejam o conteúdo da cumbuca. O primeiro chinês joga uma água na mistura, batendo na comida com uma vara de madeira, repassando tal mistura para o segundo chinês, que continua batendo na comida, enquanto a chapa fumega. Em seguida, o terceiro cozinheiro recebe a comida, nesta altura reduzida em 2/3 do seu tamanho original, dá mais algumas batidinhas e em pose para fotografias arremessa de uma só vez a comida na cumbuca que ele segura em sua outra mão na altura de seu peito. É um show. Retira-se a cumbuca em janela à esquerda. O sabor também é digno de nota. Muito bom. No almoço, Michael abriu o vinho chinês, servindo um shot para cada um de nós. Todos bebemos de um só gole. É forte e seu gosto lembra o de um remédio para abrir o apetite. Eu, Michael e D ainda bebemos um segundo shot. Após o almoço, subimos para o segundo andar do prédio, onde há uma loja de fábrica de produtos feitos com cashmere. Uma vendedora nos acompanhou o tempo inteiro, mostrando-nos pashiminas, lenços de seda e cachecol de cashmere. Todos compraram e Michael ganhou da lojista um lenço para presentear a esposa, um mimo pelo fato de nos ter levado às compras. Alguns produtos tinham características de algumas grifes famosas. A vendedora nos disse que algumas delas encomendam cachecol e outros produtos para eles e as que dispensam, ficam na loja para vender, sem a etiqueta da grife, obviamente. Fiquei desconfiado com esta estorinha, pois já tinha lido que as grifes tinham problemas quando encomendavam produtos na China, pois sabiam que eles produziam peças em número maior do que o pedido e os vendiam, alguns com etiquetas falsas, e outros sem as etiquetas, mas facilmente reconhecíveis. Saí da loja com dois cachecóis 100% cashmere, um deles bem ao estilo Chanel. Chegava ao fim nosso pequeno passeio com Michael. Ele nos deixou no hotel. Apenas guardamos as compras, saindo para bater perna pela principal rua de pedestres da cidade, a Nanjing Road, bem perto do nosso hotel. Nela acontece de tudo. Parece a famosa rambla de Barcelona, onde locais e turistas andam de um lado para o outro, parando para ver as performances de artistas de rua, para comprar nas suas muitas lojas de departamento, ou sentando nos bancos para ver Xangai simplesmente passar. Enquanto caminhava, fui abordado por vários chineses que queriam me vender alguma coisa: roupas falsificadas de grifes famosas, calçados, tênis, bolsas, relógios, óculos escuros, massagem, garotas e garotos. Chega a ser chato, mas eles não insistem muito. Na segunda negativa, eles partem para novo potencial cliente. Paramos em uma ótica, onde eu e V compramos óculos escuros. Seguimos na direção do rio, parando na enorme e sempre cheia loja da Apple, onde descobrimos que o início das vendas do iPhone 5 seria no dia 21 de setembro e Hong Kong, uma de nossas próximas paradas, era uma das cidades onde aconteceria a venda do aparelho. Comprei uma lente para colocar no meu iPhone, melhorando a qualidade das fotos de perto. Resolvemos voltar. C, V e D pararam no meio do caminho. Elas foram fazer mais uma massagem nos pés no spa Fairyland. Eu retornei para o hotel. Um jantar em restaurante integrante da lista dos 100 melhores do mundo nos esperava logo mais à noite.
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