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terça-feira, 11 de setembro de 2012

PASSEANDO DE RIQUIXÁ PELO HUTONG


Logo após o almoço, caminhamos cerca de dez minutos até chegarmos em uma rua onde havia muitos riquixás estacionados. Cada um é conduzido por um ciclista. Cada riquixá tem um assento parecido com o de uma charrete, comportando duas pessoas sentadas. Formamos três duplas: eu e V; a guia e S; e C e D. A guia nos avisou que o passeio duraria cerca de uma hora e meia com duas paradas, sendo recomendável dar RMB 20 (R$ 6,40 ou U$ 3.10) como gorjeta para cada ciclista. Assim que sentamos, o nosso sorridente ciclista se ofereceu para tirar fotos da gente dentro do riquixá, o que, de pronto, aceitamos. Na saída, uma grande quantidade de riquixás carregando turistas provocava um intenso engarrafamento no meio de bicicletas, motos e automóveis. O passeio se dá pelas ruas estreitas de um hutong, uma espécie de vila com casas muito antigas da época em que os imperadores eram os donos do poder. As casas de um hutong são cinzas e se abrem em um quadrado onde sempre há, no mínimo, quatro residências. Nossa primeira parada foi para conhecer uma destas casas e seus moradores. Os moradores foram incentivados a abrirem suas casas para hospedar turistas na época das Olimpíadas e algumas delas permanecem com esta prática, não só hospedando turistas, mas também abrindo suas portas para um tour mais rápido. Antes de conhecermos a casa, nossa guia explicou que antigamente não havia banheiro dentro das casas do hutong, motivo pelo qual vemos vários banheiros públicos pelas ruas estreitas, que são limpos por funcionários do governo uma ou duas vezes ao dia. Todas as amigas resolveram conhecer um destes banheiros. Um fato curioso que nos chamou a atenção nesta viagem é que nos banheiros há vasos sanitários  mas também um ambiente onde as pessoas fazem suas necessidades de cócoras. As minhas amigas disseram que havia vaso sanitário de metal, mas não havia porta no banheiro púbico feminino do hutong. Nossa guia disse que isto era normal. Paramos em frente a uma porta vermelha, onde recebemos explicações sobre o significado de cada elemento constante na porta. O número de caibros que aparecem na parte de cima das portas indicava a posição social do morador. Sempre em número par, quanto menor a quantidade, mais baixo na escala social era a família do morador. No caso, a porta tinha dois caibros apenas. Duas pequenas imagens nos dois lados da porta indicavam se o morador era oficial militar (uma imagem em forma redonda) ou um servidor civil (uma imagem quadrada). E o batente que obriga as pessoas a passar por cima dele para entrar tem um significado interessante. Eles acreditavam que os fantasmas não conseguiam entrar quando havia o batente, já que eles não tem joelhos, não conseguindo pular. Nas construções antigas da cidade, inclusive nos grandes templos e palácios,  vê se muitas portas com tais batentes. Após tais explicações  entramos em um beco. A guia bateu na porta e foi atendida por um alegre morador, que já nos esperava. O dono da casa, um senhor na casa de seus sessenta e tantos anos, sentou no centro do quintal da casa, debaixo de uma parreira, onde também ficamos sentados para ouvir a breve história da casa. Antes havia quatro residências ali, mas o pai do atual proprietário comprou todas, tornando-se uma única habitação. Ele fez de uma das casas uma espécie de pensão, recebendo hóspedes de todo o mundo desde os jogos olímpicos de 2008, quando recebeu do governo um certificado que fica exposto em um cômodo com roupas e móveis de época, local também que abriga uma pequena loja de lembrancinhas. Percorremos os cômodos abertos, incluindo um quarto matrimonial todo decorado em vermelho, extremamente de gosto duvidoso. A visita em si é totalmente dispensável. Seguimos viagem com nosso riquixá, entrando em uma área muito movimentada, cheia de bares e restaurantes, onde fizemos nossa segunda parada. Há um lago que domina a paisagem e por baixo de uma pequena ponte tem um disputado trânsito, tanto em cima, quanto embaixo dela. Fiquei debruçado na ponte vendo os turistas tentando passar com seus pedalinhos alugados. Muito divertido, pois parece um bate-bate aquático. Decidimos que iríamos à noite naquele local para ver o movimento e apreciar um dos vários bares ali estabelecidos. Voltamos para o riquixá, dando mais uma volta pelas ruas do hutong até chegarmos ao ponto de partida. Demos a gorjeta, retornando para nossa van. Afinal, ainda havia mais uma etapa a ser cumprida no dia: visitar uma casa de chá.





turismo
férias

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