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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CIDADE PROIBIDA (ZIJIN CHENG)


A segunda parada do domingo foi para conhecer a enorme Cidade Proibida. Entramos pelo Portão da Paz Celestial, de onde Mao Tse Tung proclamou a fundação da República Popular da China. O retrato de Mao ornamenta a sua parte superior. Ladeando as pontes de acesso ao portão existem colunas de mármore com figuras de animais míticos  O prédio de entrada estava em restauração  motivo pelo qual não se podia ver com detalhes todo o seu esplendor. Cruzamos a ponte e, em seguida, o portal, junto com muitos e muitos turistas, a maioria chineses. Já do lado de dentro, a guia nos contou sobre a Cidade Proibida. Ela fica no centro de Pequim, ocupando um espaço de 720 mil metros quadrados. Chama-se cidade proibida porque ficou fechada durante séculos para o público. Somente os imperadores que nela viveram e aqueles que tinham alguma relação com eles, como suas mulheres, filhos, concubinas, eunucos, oficiais militares e empregados, tinham permissão para ficar lá dentro. No interior, são mais de oitocentos prédios, muitos deles não são abertos para a visitação pública, servindo de ponto de estudos para acadêmicos e pesquisadores sobre os hábitos e costumes dos imperadores e de suas cortes que ali viveram. Como há muita madeira na construção dos prédios internos, muitos deles sofreram incêndios ao longo dos séculos, mas foram recuperados. Dependendo da quantidade de público que visita a Cidade Proibida, alguns acessos também são vedados. Segundo a guia, estávamos em um dia bom, onde todos os prédios que tem visitação poderiam ser conhecidos. Depois que se vê dois ou três, a sensação de estar vendo mais do mesmo toma conta da gente. O mais interessante é perceber a imensidão das coisas lá dentro. Da quantidade de mármore utilizado nas balaustradas, nas escadarias, nas pontes, ou na quantidade de madeira com encaixe para fazer os tetos dos prédios  O telhado é outro item que chama a nossa atenção. Pedaços grandes de cerâmicas foram usados para fazer cada telhado. Pinturas em azul, verde, vermelho e amarelo dominam a decoração. O amarelo imperial era cor de uso exclusivo do imperador e quem a usava era condenado a morte. Internamente, nós passamos por alguns portões, cada um com sua história e seu propósito, como o Portão da Pureza Celestial, que divide o pátio externo da Cidade Proibida da parte destinada à área residencial, cujo acesso somente era permitido para os eunucos, donzelas, concubinas e parentes do imperador, mas cada tipo passava por uma porta diferente. O maior prédio do complexo é o que chama mais a atenção. É o Salão da Suprema Harmonia, que era usado para as cerimônias de coroação e casamento dos imperadores. Este é um dos prédios que fica fechado quando há muita gente no complexo, hoje todo ele um museu nacional. Não se pode entrar no edifício, mas somente olhar, por três portas abertas, a decoração interior. Para se chegar a um bom lugar para ver o interior do edifício tem que comportar como os chineses, ou seja, empurra daqui, empurra dali, até conseguir ver o que se quer. E tem que ter paciência e não se importar em ficar no meio da multidão, nem sempre com odores agradáveis  Não tive dúvidas em utilizar do mesmo expediente chinês. Empurrei muita gente até ter uma boa posição para ver o interior luxuoso do prédio. Para acessar ao melhor da Cidade Proibida cobra-se entrada. Tivemos que esperar nossa guia comprar os tíquetes. Enquanto esperava, fiquei a observar as pessoas que ali estavam. Roupas, penteados, calçados, hábitos diferentes, como o de ficar de cócoras para descansar. Nada como viajar para conhecer novos mundos, novos hábitos e novos sabores. Adoro esta experiência. Foi na Cidade Proibida a locação para o filme vencedor do Oscar O Último Imperador, dirigido por Bernardo Bertolucci. Voltando para o passeio, após ver os prédios mais importantes, descemos para outro local, onde há uma enorme pedra de mármore toda esculpida com dragões  Era hora de um banheiro e a guia nos levou para o melhor do local, classificado pelo órgão de turismo oficial com 4 estrelas. Grande e fedorento, onde os chineses adoram escarrar. Era uma sinfonia de escarros. Hilário e nojento ao mesmo tempo. Voltei para o grupo, seguindo para conhecer os aposentos do imperador e de suas mulheres. Nesta parte, já menos movimentada, vi alguns móveis e objetos de decoração da época da China imperial, quando reinaram as dinastias Ming e Qing. Fomos depois para o Jardim Imperial, construído para o imperador se refrescar. Nele, um pagode, muitas passarelas, laguinhos com carpas, pedras trazidas do sul da China, fontes e árvores seculares. As árvores com idade entre 100 e 300 anos tem uma placa verde no tronco, enquanto as com mais de 300 anos tem uma placa vermelha. A maioria das árvores são ciprestes bem grandes. Perto de 12:30 horas saímos pela porta norte da Cidade Proibida, de onde podemos ver um parque, o Parque da Contemplação (Jingshan Gongyuan), onde tem um pavilhão em seu cume que, segundo a guia, oferece uma ótima visão de toda a Cidade Proibida. Mas isto era passeio para decidir depois. Naquele momento, a fome apertava. Caminhamos um pouco, pois não há local para a van estacionar perto da saída da Cidade Proibida. A guia nos alertou para ficarmos atentos com nossas bolsas e mochilas, pois o fluxo de pessoas era grande e há muita gente tentando vender para os turistas tudo quanto é coisa, inclusive casamentos, quando chineses mostravam fotos de suas filhas e filhos para os eventuais bons partidos de outros países. Neste caminho havia muitos grupos de turistas caminhando com seus guias, todos eles sempre identificados por seus bonés ou chapéus  Vimos um grupo de idosos usando chapéus com a estampa tradicional da Burberry, o xadrez, o que nos motivou a parar e tirar fotos. Com dez minutos de caminhada chegamos onde a van estava. Foi entrar e aproveitar o ar condicionado e o fato de estar sentado no percurso até o restaurante, onde iríamos provar a autêntica comida chinesa em local frequentado por chineses.







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