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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

TEMPLO DO BUDA DE JADE


fitas vermelhas simbolizando pedidos para Buda

O domingo amanheceu ensolarado em Xangai. Seria um dia cheio de passeios pela cidade. Michael nos buscou no hotel às 9 horas. Fomos de carro até o Templo do Buda de Jade (Jade Buddha Temple), nossa primeira parada do dia. Logo que descemos da van, percebemos que a região onde está localizado o templo budista estava repleta de gente. Muitas pessoas carregavam pacotes de incensos de todos os tamanhos, além de flores e envelopes vermelhos. Muitos pedintes circulavam pelo local. A maioria deles pedia dinheiro. Nosso guia explicou que era dia de festa no templo, motivo de todo o movimento e do tamanho da fila que se formava para entrar no prédio. Naquele domingo se comemorava o aniversário de uma das formas de Buda. Não precisamos de entrar na fila, pois Michael tinha agendado nossa visita. O templo tem seus muros pintados de ocre com detalhes em vermelho. Lá dentro, havia uma multidão. As pessoas frequentavam o templo para fazer pedidos, orar, meditar ou agradecer uma graça alcançada. Grupos de turistas, todos identificados com crachás ou bonés iguais, passavam de um lado para o outro, se misturando com os chineses que estavam ali para festejar. Vimos vários monges. A cor da vestimenta identificava de onde eram os monges. Tinha roupa amarela, vermelha, cinza, creme, enfim, uma miríade de cores. Muitas fitas vermelhas estavam amarradas em árvores ou em peças de bronze. Elas simbolizavam os pedidos que os frequentadores do templo faziam naquele dia. Os envelopes que vimos nas mãos de vários chineses, bem como nas bancas de lembranças para vendas montadas no pátio do templo, eram usados para colocar em seu interior orações, pedidos e agradecimentos para, em seguida, serem jogados nas piras de fogo para queimar. Havia muita fumaça nos pátios, pois a quantidade de incensos que era queimada era incrível. Incensos enormes, decorados, amarelos, vermelhos, marrons, pequenos, grossos, finos. Não importa o tamanho, cor ou formato, todos eram queimados em homenagem a Buda. Seguindo a tradição, os chineses acedem três incensos por vez, em frente ao altar onde há uma estátua de Buda, fazem uma rápida reverência curvando o corpo, colocam os incensos acesos no incensário, fazendo uma oração de olhos fechados, com a cabeça virada para baixo. O interesse turístico do templo, inaugurado em 1882,  reside em ver a estátua de Buda feita de jade que veio da Birmânia (hoje conhecida como Myanmar). A estátua fica no segundo andar de uma das construções do local. Para vê-la, enfrentamos uma fila de turistas e de seguidores do budismo. Para variar, alguns chineses não ligavam muito para a existência da fila. Chegavam empurrando e passavam na frente. Era preciso fechar todos os espaços vazios ao nosso redor para evitar que passassem na nossa frente. Na câmara onde fica a estátua de jade não é permitido fotografias. Não há como chegar perto da estátua, ainda mais em dia de festa. No local, duas senhoras vendiam garrafas de óleo para os fiéis. Assim que recebiam o dinheiro, elas mesmo levavam a garrafa de óleo até o altar para queimá-lo. O fluxo de pessoas comprando o óleo é bem maior do que o tempo que se gasta para ele queimar. Assim, uma "fila" de garrafas ficava à espera para seu conteúdo ser queimado. Nesta câmara, há centenas de estátuas de buda em tamanhos diversos feitas em ouro. Segundo nosso guia, são pessoas que alcançaram alguma graça que mandaram confeccionar tais estátuas e as colocaram no templo. O efeito destas estátuas iguais é muito interessante. Assim que saímos deste salão, entramos em um dos prédios para ver as oferendas para Buda: frutas, flores, envelopes vermelhos, fitas coloridas, incensos, moedas, entre muitos outros objetos. A fumaça e o calor que vinha dos incensários incomodavam muito. Era hora de deixar o templo. Fomos para a Jiangnan Silk Boutique Museum (289 Macao Road - www.jiangnansilk.cn). Nosso objetivo era conhecer o processo de fabricação da seda. No local, fizemos um rápido percurso acompanhado por uma guia que estudava espanhol, insistindo em nos perguntar como se falava algumas palavras, pensando que nossa língua era a mesma que ela estudava. Depois de ter contato com o processo de fabricação, fomos levados para uma loja, onde roupa de cama e edredons recheavam as prateleiras. Decidi comprar um edredom, mas a vendedora era bem esperta, mostrando-me alguns cobre-leitos muito bonitos. Acabou por me mostrar um vermelho com detalhes em preto do qual gostei muito. Se comprasse o cobre-leito, que também servia como capa para o edredom, eu ganharia duas capas de travesseiro no mesmo padrão e levaria como cortesia o edredom. Certifiquei-me que o tamanho era o da minha cama, formato queen, comprando a peça e ganhando os itens que ela mencionara. V fez o mesmo. C preferiu comprar outro tipo de capa, mas nada ganhou. Ao reclamar, lhe deram um lenço de seda. Paguei RMB 3.350 (R$ 1.068,00 ou U$ 531). Caro, muito caro, mas tinha gostado desde o primeiro momento em que vi. Quando cheguei de volta ao Brasil, descobri que comprei o tamanho errado, ficou bem pequeno. Minha mãe acabou por ganhar um presente não programado.


arroz ofertado para Buda


envelopes contendo pedidos queimam em um dos pátios do templo


fumaça vinda dos incensários em um dos pátios do templo

turismo
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