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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VISITANDO UMA LOJA DE PRODUTOS FALSIFICADOS

Assim que deixamos o Templo do Buda de Jade, fomos para a parte antiga de Xangai, conhecida como Old Shanghai. Antes de fazermos o passeio previsto no nosso pacote, Michael perguntou se queríamos ver artigos de grifes não originais. Apesar de minha resistência, fomos todos. O guia disse que nos levaria a um local classificado como triplo A, pois as falsificações eram tão perfeitas que ninguém diria que não eram originais. O lugar era na parte antiga da cidade, portanto, onde deveríamos fazer nosso próximo passeio. Primeiro paramos em uma grande loja de artigos de jade para chamar alguém. Em seguida, já acompanhados de um chinês, andamos em uma rua cheia de lojas pequenas situadas em casas e prédios bem antigos. Paramos em uma quitanda de frutas e legumes onde duas idosas estavam sentadas. Elas nem olharam para nós. Entramos na quitanda, cruzamos toda a sua extensão, saindo nas portas do fundo. Era um quintal sujo, com roupas no varal, lixo à mostra, água escorrendo pelo chão, algumas galinhas, bem no estilo do filme Cidade de Deus. Passamos por alguns becos com muitas casinhas cujas portas e janelas estavam sempre fechadas, mesmo com o calor que fazia. Paramos em frente a uma porta azul. O chinês bateu como se estivesse utilizando uma senha sonora. A porta  se abriu. Fomos convidados a entrar e ficar à vontade. Assim que passamos, trancaram a porta. Eram apenas dois cômodos, bem apertados, com prateleiras repletas de bolsas, carteiras e relógios. Uma mulher ficava vigiando na porta entre os dois cômodos, enquanto dois homens tentavam vender as bolsas para minhas amigas. Para mim, ofereceram cópias de relógios Rolex e Montblanc. Para as mulheres, bolsas Louis Vuitton, Chanel, Burberry, Céline, Hermès, Michael Kors, Dior, Miu Miu, enfim, todo o portfólio das grifes famosas. Tinham de todas as cores e modelos. Quando uma das amigas falava em um modelo específico que não estava exposto, os chineses diziam que tinham a mercadoria, bastava esperar um pouco para eles irem buscá-la. Por curiosidade, perguntamos os preços das falsificações. Começavam com preços astronômicos, mas aceitavam negociar, como já tínhamos visto anteriormente. Fiquei incomodado no lugar, fechados dentro de um cubículo, temendo que a qualquer momento houvesse uma batida policial. Não gosto de falsificações e estava louco para sair dali. Ainda bem que nenhuma das amigas se interessou em negociar os preços das bolsas. Agradecemos e pedimos ao guia para irmos embora. Destrancaram a porta, conduzindo-nos pelo mesmo caminho da ida. No quintal atrás da quitanda, um chinês fazia xixi a céu aberto, sem se importar que estranhos estavam passando. Fiquei aliviado quando me vi do lado de fora da quitanda novamente. Ao caminhar pela rua, olhei com outros olhos as pequenas lojas e quitandas, sem nenhum movimento interno. A maioria, com certeza, eram apenas fachadas para as lojas de produtos falsificados.

turismo
férias

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