Antes das oito horas da manhã do dia 19 de setembro eu já tinha tomado café da manhã, fechado minha bagagem e feito check out no Guilin Park Hotel, pois Bruce passaria para nos pegar por volta de 8 horas. Nosso destino era o pequeno porto de Guilin, distante cerca de uma hora do hotel, onde embarcaríamos às 9:30 horas para um cruzeiro de quatro horas de duração pelo Rio Li (Li River) em direção à Yangshuo, nossa próxima parada na China. No hotel, não me deixaram ficar com a chave magnética, nem pagando por ela. Fiquei sem um item para minha coleção. Bruce sugeriu para deixarmos a mala maior em Guilin, pois nossa estadia em Yangshuo seria de apenas uma noite e nossa partida seria pelo Aeroporto de Guilin. Cada um de nós preparou uma bagagem de mão com itens necessários para a nossa próxima curta estadia. As malas ficaram no lobby do hotel. Não recebemos nenhum comprovante de que lá deixamos cinco malas. O guia informou que a agência de turismo levaria as malas para o aeroporto no final da tarde do dia seguinte, quando deveríamos pegar um voo para Hong Kong. Confesso que fiquei desconfiado, mas era a única maneira possível. Fomos para o porto. Chegamos com vinte minutos de antecedência. São vários barcos de dois andares que partem em comboio no mesmo horário, fazendo o percurso Guilin-Yangshuo diariamente. Este cruzeiro está indicado no livro de Patricia Schultz, 1000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer. O tempo estava bem fechado, com muitas nuvens baixas e escuras indicando que teríamos chuva em breve. Também havia muita neblina tampando os morros. Bruce nos indicou nosso barco. Fomos acomodados no segundo piso, onde também seria servido o almoço, incluído na viagem. Só havia mesas para quatro pessoas. Assim, a acomodação da empresa previa quatro em uma mesa e um em outra separada, quando o escolhido dividiria o espaço com estranhos. Apertamos as cadeiras para caber os cinco na mesma mesa. Ficamos na última mesa, bem ao lado da porta de acesso à varanda do segundo piso (ainda havia um terraço acima do piso onde ficamos, de livre acesso para todos os viajantes). Antes mesmo do barco zarpar a chuva deu sinal de vida, caindo alguns pingos. E foi assim durante todo o percurso. Ora chovia, ora parava, sempre nublado, sempre com neblina, o que prejudicou apreciar a paisagem. Os barcos saem em fila e vão fazendo zigue zague nas águas do rio, evitando bater no fundo, uma vez que o Rio Li é muito raso e estreito nesta região. Alguns pequenos barquinhos, que cabem até seis pessoas, também navegavam no mesmo local. Bruce disse que eram passeios mais curtos, com uma hora de duração. Ainda havia alguns chineses em canoas individuais. Eles encostavam nos barcos vendendo frutas, artesanato e peixes para os turistas. Com um dos pés eles se firmavam no costado do barco grande, ficando em pé oferecendo seus produtos. Muitos conseguem vender, incluindo peixes, que os turistas pedem para os cozinheiros do barco prepararem. As belas paisagens vão se descortinando pelo caminho. Bruce ia indicando as que chamam mais a atenção, como a entrada de uma caverna chamada Caverna da Coroa (Crown Cave), o Morro do Morcego (Bat Hill), as belas montanhas de LangShi e as encostas de um morro onde parece que nove cavalos foram pintados, para mim a parte mais bonita da viagem de barco. Também chama a atenção as formas de cada pedra, que remetem a gorila, golfinho ou imperadores. Mesmo com chuva fina, o pessoal entrava e saía da varanda na medida em que novos cenários apareciam. No entanto, com pouco mais de uma hora de viagem, pareceu-me que estávamos vendo mais do mesmo. Achei que seria melhor pagar por um passeio menor, como os oferecidos pelos barcos pequenos. Para passar o tempo, ficamos sentados conversando e ouvindo música de nossos iPods. Teve um momento que muita gente foi para fora. Era chegada a hora de ver a mesma paisagem estampada nas notas de 20 yuan. Depois disto, nada mais me despertou o interesse de tirar fotos. O almoço foi servido pouco antes do meio dia, no sistema self service. Claro que todos do barco se concentraram no segundo piso. Quem era turista de fora da China fez duas filas, uma de cada lado do buffet, mas os chineses ignoraram solenemente a fila e entraram empurrando. Uma chinesa magrinha e bem pequena fez um prato digno de um estivador do cais. Duvidamos que ela comeria tudo, mas ela o fez. A comida era insossa, com pratos comuns da culinária chinesa, com os quais já estávamos enjoados de tanto comer. Terminado o almoço, deu uma preguiça total. Chegamos ao local de desembarque às 13:30 horas, com muita chuva. Meu guarda-chuva estava dentro da mala que ficara em Guilin. Ao sair do barco, comprei de um camelô uma capa de plástico, bem vagabunda, pela qual paguei RMB 5 (R$ 1,60 ou U$ 0.80). Uma caminhada na chuva nos aguardava...
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