Saímos do barco debaixo de chuva, fina e constante. O nosso guia insistiu em cumprir o roteiro, ou seja, uma caminhada do ponto de desembarque até o New West Street Hotel (68, Pantao Road), mesmo com a chuva que caía. A ideia era andar pela West Street, uma rua de pedestre cheia de lojas, bares e restaurantes instalados em prédios históricos. A chuva incomodava muito. Não tínhamos o menor interesse em ficar andando a esmo. Preferimos ir o mais rápido possível para o hotel. Bruce apertou o passo, dizendo que não tinha como pegar táxi ou transporte coletivo naquela parte da rua e que o hotel era bem próximo. Seguimos o guia, com passos largos e cara amarrada. Ao final da rua de pedestres na esquina com a rua do hotel, ele nos apontou um carro elétrico que cabia umas dez pessoas. Ele comprou os bilhetes, sentamos no carro que nos conduziu até a entrada do hotel. Realmente ele ficava bem próximo, mas com chuva não tinha como fazer o trajeto a pé. Molhados, fizemos o check in. O serviço era lento. C, V, S e D assim que pegaram as chave subiram para seus respectivos quartos. Eu fiquei para pegar os passaportes e dar a garantia, cobrada em dinheiro. Quando cheguei no quarto, tive uma decepção. Pequeno, com mobília velha, descascada, roupa de cama encardida, sem cofre, banheiro escuro, cortinas com aspecto de que nunca foram lavadas, assento do vaso sanitário rachado, vista do quarto para um quintal imundo e ainda com as costas de um letreiro em neon bem na janela, que brilhou a noite inteira. A chuva apertou. C ligou dizendo que tinha que sair para comprar um tênis, pois só levara sandália aberta e não queria ficar com os pés molhados. V a acompanhou nesta empreitada. Sem internet no quarto, desci para o lobby, onde naveguei um pouco, atualizando o Instagram. Voltei para o quarto para ler um pouco, coisa que pouco tinha feito até então na viagem. Só nos encontramos novamente às 20 horas, quando saímos para jantar. Sem indicações de restaurantes, V consultou o Trip Advisor. Escolhemos o número 2 da lista, especializado em comida vegetariana. V pediu à recepcionista informações de como chegar ao restaurante. Com um inglês difícil de entender, ela apontou para uma rua quase em frente ao hotel, dizendo que não era longe para ir a pé. A chuva insistia em cair. Decidimos ir de táxi. No entanto, nenhum passou na porta do hotel e, para variar, o hotel não podia chamar pelo telefone. Ficamos vestidos com as capas de chuva na porta esperando um táxi passar. C estava com seu tênis novo, todo branquinho. Veio um tuc-tuc. Fizemos sinal, ele parou, mostramos o cartão escrito em chinês pela recepcionista do hotel com o endereço de nosso destino. Ele balançou a cabeça afirmativamente, mostrando com as mãos que a corrida nos custaria RMB 20 (R$ 7,00 ou U$ 3.50). Aceitamos e nos acomodamos, três de um lado e dois do outro, ficando sentados um em frente ao outro. Ríamos muito da situação, enquanto o motorista conduzia o carro em direção totalmente diferente da que a recepcionista havia nos mostrado. Depois de uns quinze minutos, sempre na mesma rua, para a direita do hotel, ele parou em frente a um restaurante bem simples, com letreiros em chinês e tartarugas vivas na porta. Um chinês com cara de poucos amigos, cigarro na ponta da boca, veio nos receber. Ele conversou qualquer coisa com o motorista, dizendo em inglês sofrível que éramos bem-vindos. Pagamos a corrida sem muita convicção que estávamos no local certo. Outro chinês veio até nós mostrando uma mesa horrível. Nas mesas ocupadas vimos vários pratos com carne. Definitivamente não era o restaurante por nós escolhido. Nem entramos.Vimos um hotel ao lado e procuramos a concierge que nos ajudou bastante. O restaurante era perto do nosso hotel. O motorista do tuc-tuc nos enganara. Pedimos um táxi, mas ela disse que era para ficarmos na rua que passava um. Claro que não passou. Resolvemos ir caminhando na direção do hotel, fazendo sinal para qualquer transporte coletivo que passava. Novo tuc-tuc passava. Fizemos sinal, ele parou e V sentou rapidamente. Entregamos o cartão. O motorista demorou para ler, balançando a cabeça afirmativamente, mostrando nos dedos da mão que nos cobraria RMB 30 (R$ 10,00 ou U$ 5). S não aceitou, pedindo para V sair do tuc-tuc. Claro que V não saiu, no melhor estilo "daqui não saio, daqui ninguém me tira". Não era hora de deixarmos escapar aquele transporte. Eu e D também entramos. S ficou negociando até que o motorista aceitou fazer por RMB 20, o mesmo valor que pagamos antes. Passamos em frente ao nosso hotel, entramos na rua previamente indicada, percorremos mais alguns metros, parando em frente ao Pure Lotus Vegetarian Restaurant. Estávamos no local correto. Quando terminamos de jantar, a chuva tinha parado. Voltamos a pé para o hotel, onde passamos a noite na companhia de baratas. Tudo caminhava muito bem em relação ao pacote da agência de turismo, mas esta última noite foi o fim da picada. Não havia necessidade de dormirmos em Yangshuo, uma cidade sem muitos atrativos, a não ser um show idealizado e dirigido pelo mesmo diretor da abertura das Olimpíadas de Pequim, que o guia tentou nos vender ingressos, mas como era ao ar livre, ainda bem que não compramos, pois a chuva não deixou de cair durante nossa curta passagem pela cidade. Daria muito bem para chegarmos do cruzeiro e voltarmos de carro para Guilin, um trajeto de pouco mais de duas horas de duração. Ainda chegaríamos na cidade com a luz do dia. Fica a experiência de verificar em detalhes cada item do pacote a ser comprado em viagens futuras.
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