vista panorâmica de Hong Kong do terraço da Peak Tower
Sexta-feira, 21 de setembro de 2012. Dia quente e úmido em Hong Kong. Acordei de cara com o cemitério muçulmano, pois a janela do meu quarto no hotel Cosmopolitan estava aberta e tinha o cemitério como cenário aos meus pés (estava no 23º andar). Fui o último a descer para o café da manhã. Na entrada do restaurante uma fila considerável se formava, aguardando mesa. Entrei para procurar as minhas amigas. S já tinha saído, pois conhecia a cidade e faria um programa diferente do nosso. V, D e C me aguardavam. Buffet sortido, com muitas opções de comida local e comida ocidental. Assim que terminamos o café, combinamos de nos reunir no saguão do hotel em quinze minutos. Desta vez, fui o primeiro a chegar, aproveitando o tempo para fazer o que todos estavam fazendo no lobby: navegar na internet, usando o acesso wi-fi gratuito naquela área do hotel. A partir de nove horas da manhã, em intervalos de quinze minutos, há um serviço gratuito de transporte do hotel até o centro comercial da cidade. Preferimos caminhar do que pegar o ônibus. Depois de atravessar passarelas subterrâneas e ruas movimentadas, chegamos ao centro comercial. Nossa ideia era pegar a linha vermelha da empresa Big Bus Tours e foi o que fizemos, subindo no ônibus de dois andares em sua parada 3, em frente à loja de departamentos Sogo (Causeway Bay Sogo). O motorista nos entregou o folheto com mapa dos itinerários das três linhas e um fone de ouvido. Pagamos somente quando descemos pela primeira vez, na parada 6 (Peak Tram), pois nosso objetivo era subir o The Peak. Ficamos no segundo andar, em área descoberta, aproveitando a brisa, mas enfrentando o calor forte que fazia na cidade. Há dois tipos de bilhetes para o tour. Um que vale por 24 horas (Premium Tour - HK$ 350 - R$ 92,20 ou U$ 45) e outro que é válido para 48 horas (Deluxe Tour - HK$ 420 - R$ 110,60 ou U$ 54.20). Em ambos os casos pode-se descer quantas vezes quiser, visitar a área da parada, tomando um outro ônibus, além de mudar de itinerário, sempre dentro do prazo de validade do bilhete. Optamos pelo segundo. Junto ao tíquete, vem três ingressos: bonde para subir no The Peak, um cruzeiro de uma hora no canal entre a ilha e Kowloon, e um cruzeiro no barco típico Sampan. Como disse, descemos na parada 6, onde pagamos o tíquete para o Deluxe Tour, atravessamos a rua e entramos na fila para entrar no bonde que nos conduziu ao The Peak. A entrada e o ambiente me lembraram a subida de trem para o Corcovado, no Rio de Janeiro. O bonde que faz a subida, muito íngreme, é de madeira, com mais de 120 anos de funcionamento. Em alguns pontos, parece que ele não vai aguentar subir, ficando quase na posição vertical. A pressão que sentimos pela verticalidade do bonde nos prende na cadeira. A impressão é que vamos despencar a qualquer momento. O bonde estava lotado, incluindo gente em pé, o que é permitido. O ponto final é na Peak Tower, uma torre de 396 metros sobre o nível do mar. Quando entramos, damos de cara com uma série de lojas de lembrancinhas e artigos eletrônicos, além de uma unidade do museu de cera Madame Tussauds, onde tirei fotos ao lado da estátua de Bruce Lee. A torre é um shopping com muitos níveis, cujo acesso se dá por escadas rolantes. Para o terraço é necessário mostrar o ingresso. Quando chegamos no alto da torre, ventava muito e o tempo estava bem embaçado, com muitas nuvens, o que prejudicou nossa vista. Lá em cima havia uma instalação de arte interativa onde cada visitante pegava um coração de papel, escrevia uma mensagem de amor e o pendurava em uma das barras de um enorme coração de fibra de vidro. Claro que interagi com a obra. Respeitadas as devidas proporções, a paisagem lá de cima me lembrou o Rio de Janeiro: praias, mar, lagoa, prédios altos, morro, verde, calor. Ao retornar para o bonde, paramos em algumas lojas para pequenas compras. De volta à parada 6, esperamos o próximo ônibus da linha vermelha, seguindo viagem. Passamos pelo centro financeiro da cidade, onde impressionam a altura e a arquitetura dos arranha-céus, especialmente as sedes do Bank of China e do HSBC, além do Lippo Centre, cuja forma nos revela, com muita força de vontade, coalas agarrados em troncos de árvores. Descemos na parada 8 (Man Mo Temple) para conhecer um templo budista diferente, cuja sala de oferendas tem enormes incensos em forma de espiral pendurados no teto. A fumaça destes incensos somada com as que saem dos demais palitos de incenso tornam o local quase irrespirável. Um senhor que trabalha na loja que fica dentro do templo usava máscara para se proteger da fumaça. Comprei um trio de incensos (HK$ 10 - R$ 2,60 ou U$ 1.30) e fiz minha reverência a Buda. Não ficamos muito tempo no Templo Man Mo. Já era hora de almoçar. Tínhamos visto um restaurante nas redondezas, quando ainda estávamos no ônibus, que nos pareceu interessante. Seguimos para lá. Achamos e gostamos. 208 é o nome do restaurante, uma espécie de bistrô modernete, com público jovem com ares de recém ingressos no mercado de trabalho. Gostamos. Após almoçar, voltamos para a parada 8, onde pegamos novamente a linha vermelha, para não mais descer. Passamos pela parada 9, última do circuito que estávamos, descendo na parada 1, que fica em frente ao Pier 7 da Central Star Ferry, local de ligação com a linha verde (Stanley Tour). Entre nossa chegada e a partida do próximo ônibus da linha verde, nos restou trinta minutos, tempo suficiente para dar uma volta na estação de onde parte o ferry-boat para Kowloon, já na parte continental de Hong Kong. Da estação tínhamos ótimas vistas para a IFC Tower, um enorme arranha céu que abriga um shopping e a concorrida loja da Apple, além de acesso para a Estação Central do metrô. Passada a meia hora, subimos no ônibus da linha verde, em sua primeira parada, que recebe o número 17 (as paradas 10 a 16 pertencem à linha azul). Nada no itinerário nos chamou a atenção para descer, motivo pelo qual decidimos fazer a volta completa sem nenhuma parada. É o itinerário mais longo, com duração de duas horas e meia, sem descidas, com sete paradas. É possível ter um panorama de uma parte da cidade interessante, onde a paisagem é dominada por morros, prédios chiques e praias. Passamos pelo restaurante flutuante Jumbo, especializado em frutos do mar e constante nos guias de turismo sobre Hong Kong, que fica perto da saída dos cruzeiros no barco Sampan. Quando já estávamos próximos de terminar o circuito, em trânsito lento, começou a cair uma leve chuva, que não foi para frente enquanto estávamos no ônibus. Descemos no ponto onde partimos, quando resolvemos dar uma passada no IFC. Da estação de ferry-boat para o arranha-céu há uma enorme passarela suspensa, coisa muito comum em Hong Kong, onde as pessoas caminham por horas sobre as ruas e avenidas. Há passarelas que ligam shoppings, hotéis e prédios comerciais no centro da cidade. Fomos pela passarela. Chegando ao shopping, fomos direto para a loja da Apple, onde uma multidão estava na porta. Era o primeiro dia mundial de venda do iPhone 5. Vendedores atendiam quem chegava nos corredores do shopping, pois a entrada na loja só era permitida para quem tinha previamente feito um cadastro para comprar o novo gadget da Apple. Não conseguimos entrar. Já que ali estávamos, pegamos o metrô, descendo em Causeway Bay, onde havíamos começado nossa jornada naquela sexta-feira. Fizemos o retorno para o hotel caminhando, como no início do dia. Era hora de descansar, tomar um bom banho, e sair novamente, pois tínhamos reserva confirmada, feita com dois meses de antecedência, no restaurante Amber, ranqueado na posição 44 na lista dos melhores restaurantes do mundo feita pela revista britânia The Restaurant, edição 2012.
Lippo Centre
Templo Man Mo
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Repulse Bay
Apple Store em dia de venda do iPhone 5
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