Sexta-feira, 14 de setembro de 2012. Segundo dia em
Xi'An,
China. Acordamos cedo para tomar café da manhã, pois
Snow, nossa guia, marcou de nos encontrar no lobby do hotel às 09:00 horas. O hotel estava lotado de estrangeiros. Segundo
Snow, estávamos na alta estação para o turismo. Comi algumas iguarias locais, como
dumplings, e, enfim, uma fatia de queijo prato, pois até então não tínhamos queijo no café da manhã. Na hora certa, motorista e guia já estavam a postos. Diferente de
Pequim, na van tinha uma garrafa de água mineral para cada um de nós. Iríamos rodar por mais de uma hora até nosso destino, a fazenda onde estão os famosos soldados e cavalos de terracota, os
Guerreiros de Xi'An. No caminho,
Snow foi contando a história do imperador que mandou construir um verdadeiro exército de terracota para ser colocado ao redor de seu túmulo quando de sua morte. Fiquei observando a estrada e o intenso movimento de caminhões carregados de tudo quanto é coisa. O progresso chinês! A primeira parada foi em uma fábrica de cerâmica, onde fomos guiados por uma simpática vendedora. Na fábrica, vimos rapidamente o processo de confecção das peças artesanais, réplicas em diversos tamanhos dos guerreiros que ainda veríamos pela frente. Segundo a vendedora, aquela fábrica era a única autorizada pelo governo a utilizar a argila do mesmo local de onde os que trabalharam para o imperador retiraram material para fazer o exército de terracota. Só tem turista no local. Ônibus e vans lotados param na porta para cumprir o mesmo percurso. A explicação é rápida. O objetivo principal é vender as peças expostas na imensa loja local. No primeiro salão estão os guerreiros e tudo o que se relaciona a eles. No segundo salão, estão móveis, também produzidos no local. Um dos meus objetivos de compras nesta viagem era uma réplica dos guerreiros. Assim, procurei o tamanho que melhor me agradou e acabei por comprar três delas para colocar sobre uma mesa que tenho em minha sala. D, V, S e C também compraram suas réplicas. Com sacolinhas nas mãos, voltamos para a van, rumando para o sítio arqueológico onde foram encontrados os soldados de terracota. O movimento era grande no estacionamento do local. Há muitos guias que se oferecem para acompanhar os turistas no passeio pelo sítio. Enquanto
Snow foi comprar as entradas, incluídas em nosso pacote, ela nos deixou em uma loja de souvenir onde um homem fica sentado tomando chá, sorrindo para quem entra, recebendo cumprimentos. Segundo
Snow, ele é o trabalhador rural que encontrou as primeiras estátuas enquanto trabalhava na década de setenta. Hoje, recepciona os turistas, tentando vender livros de fotografias do local, além de várias outras lembrancinhas. Saímos logo da loja, preferindo esperar nossa guia do lado de fora. Assim que entramos, seguimos o fluxo de gente, entrando em uma fila, ainda pequena, para pegar o carro elétrico que nos conduziria até bem perto da entrada para os espaços de exibição dos guerreiros. A fila andou rápido. Quando descemos,
Snow nos apontou os quatro galpões de exposição. Nosso trajeto seria começar pelo número 1, pararíamos para almoçar em um dos vários restaurantes locais, veríamos o galpão 3, passaríamos pelo 2, terminando a visita no galpão 4. O primeiro galpão é o mais cheio, o mais disputado em empurra-empurra, o mais iluminado e o que tem mais guerreiros expostos. A guia deu a explicação necessária, marcou um ponto de encontro e nos deixou livres por vinte minutos. Cada um se perdeu no meio da multidão. Eu me posicionei no deque de observação mais frontal possível e usei do mesmo expediente dos chineses, em maioria no local: empurrei de cá, empurrei de lá, até conseguir um bom lugar para ver os guerreiros e poder fotografá-los. Depois que consegui tirar algumas fotos, fui fazer a volta completa no galpão. Este galpão 1 tem formato retangular com uma passarela formando os seus quatro lados. No centro, mas em posição mais abaixo, está o sítio arqueológico, com parte ainda em trabalho de escavação e parte com os guerreiros e cavalos de terracota em posição de combate, como se fosse a frente do exército em um campo de batalha. É bonito, mas eu já tinha visto uma exposição sobre a
China alguns anos atrás na
Oca,
Parque do Ibirapuera, em
São Paulo, e confesso que preferi ver os guerreiros naquela ocasião, pois eles ficavam no mesmo nível que os visitantes da exposição, sendo mais fácil ver os detalhes de cada um. Assim que foi chegando a hora marcada, nos encontramos novamente, tiramos mais algumas fotos, e seguimos para o almoço, aproveitando que ainda não havia muito movimento nos restaurantes. Era cedo, perto de meio dia, mas resolvemos seguir o conselho da guia e parar para almoçar. O restaurante escolhido por
Snow, tem sistema misto. Saladas, frios, dois tipos de
noodles, pães e arroz eram servidos em um buffet, enquanto as bebidas e pratos quentes vinham à mesa. Como estava incluído no pacote, comemos, novamente, comida chinesa. Foi interessante ver o preparo dos tipos de
noodles, feitos na hora, bem em frente a nossa mesa. Depois de saciar a fome, voltamos a percorrer os galpões, começando pelo número 3, com bem menos peças do que o primeiro, mas no mesmo esquema de vermos os guerreiros por cima. A posição dos soldados indicava que estavam em vigília, não em um campo de batalha. Neste galpão, há uma loja que coloca o nosso retrato no corpo de um guerreiro e outra que tem um cenário de guerreiros para fotos, como se estivéssemos passando entre os soldados. Ambos programas pega turistas. Não quisemos enfrentar as filas para pagar e ter estes souvenirs que nunca sabemos depois o que fazer com eles. Seguimos em frente, entrando no galpão 2, muito escuro e com quase nenhuma peça exposta no sítio arqueológico. Mas é neste galpão que ficamos mais perto das estátuas. São quatro delas expostas, devidamente protegidas por um recipiente de vidro. Os detalhes podem ser vistos, incluindo a cor vermelha na roupa do arqueiro. Segundo a guia, há muitas peças ainda sob terra para evitar que as intempéries do tempo acabem com a cor, o que aconteceu com mais de 90% das peças expostas. Embora sejam apenas 4 estátuas, cada uma diferente da outra, foi o galpão que mais gostei de visitar. Não estava tumultuado como o primeiro e era possível ver cada detalhe das estátuas. Por fim, entramos no galpão 4. Ele abriga um museu sobre o local e como as peças foram recuperadas, especialmente as carruagens, feitas em ferro. O museu é escuro para proteger as poucas peças expostas. São poucas, mas muito bonitas, diferentes e muito bem conservadas. Terminado o périplo, passei em uma lojinha de souvenir para comprar dois pins para minha coleção. Em seguida, caminhamos a pé até a saída. No caminho, vimos a longa fila que se formava para pegar o carro elétrico.
Snow nos disse que quanto mais tarde, pior o movimento no local. Era hora de voltar para a cidade e continuar nosso roteiro.
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