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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A PRIMEIRA NOITE EM ALBA


Piazza Meford

Eu, Emi e Rogério chegamos em Alba no final da tarde do dia 24 de outubro, por volta de 17:15 horas. O tempo estava nublado, garoava e fazia frio. A van nos deixou no Hotel I Castelli (Corso Torino, 14), onde tínhamos reserva confirmada para quatro noites (24 a 28 de outubro de 2013) feita pelo site Booking. Queríamos ficar no mesmo local de nossas amigas Cláudia e Vera, o Hotel Calissano, mas não havia disponibilidade de quartos para o período. O I Castelli fica a poucos metros do centro histórico de Alba, sendo possível ir a pé a todos os locais de interesse turístico. Em frente a ele há um enorme estacionamento público que fica lotado de ônibus e vans nos finais de semana, que trazem turistas, sobretudo europeus, para a Fiera Internazionale del Tartufo Bianco D'Alba, bem como para a feira que toma conta das ruas do centro da cidade aos sábados. Não há mensageiros para carregar malas. Assim, pegamos nossa bagagem na van e nos dirigimos para a recepção, que fica à direita de quem passa por aquelas portas giratórias. A decoração do hotel resvala no kitsch, com muitas flores artificiais e objetos de vidro. Uma simpática italiana nos atendeu. Não foi necessário apresentar nada, apenas falar o nome completo. Logo ela achou nossas reservas. Assinei uma ficha cadastral que já tinha meus dados, peguei a chave e fui para o quarto 318, louco por um banho longo e relaxante. Emi e Rogério estavam no mesmo andar. Combinamos de nos encontrar às 18 horas para dar uma caminhada perto do hotel e ir à estação de trem, onde os dois resolveriam assuntos referentes à marcação de passagens, já que tinham comprado um passe de trinta dias para viajar pela Europa. O quarto do hotel segue a decoração geral, com tons de cinza azulado dominando as paredes. Quarto amplo, com janela grande, mas com mobília antiquada. De cara vi que teria problemas com o ar condicionado, pois não conseguia programá-lo para uma temperatura menor do que 23º C. Resolvi tomar banho ante de qualquer pedido de ajuda. As amenities são fracas, com sabonete que não espumava. Ainda bem que sempre levo meu sabonete. A água do chuveiro era ótima, com boa pressão e volume. Após o banho, desfiz a mala, retirando do plástico o blazer, que chegou completamente amassado. Bastou ficar um dia pendurado no cabide que todo o amarrotado se foi. Como combinado, todos estavam prontos para sair às 18 horas na porta do hotel. Pegamos um mapa na recepção e seguimos para o centro histórico. A cidade é pequena, mas o trânsito na área perto do hotel é intenso e travado, pois além das ruas estreitas, há faixas de pedestres em diversos pontos e basta colocar o pé na rua que os carros costumam parar para os transeuntes passarem. O centro histórico fica à esquerda do hotel. Logo após o estacionamento público há um parque de diversões, chamado Luna Park, e uma praça bem ornamentada de plantas, chamada Piazza Medford, uma homenagem à cidade americana localizado no Oregon, Estados Unidos, já que Alba e Medford são consideradas cidades-gêmeas (twin cities). Rogério estava com fome, mas já estava bem próximo do horário de nosso primeiro jantar na viagem em restaurante previamente reservado. Assim, resolvemos parar em um pequeno café, o Food Caffé, no Corso Giacomo Matteotti, 1/B. Lá, pedi uma Fanta Laranja e uma fatia de pizza, que não lembrava, nem de longe, uma pizza que estamos acostumados a comer no Brasil. Era uma fatia grossa, bem macia, com massa areada e com um recheio de molho de tomate, bem vermelho e ácido. Pelo menos, enganou o estômago. A gerente do lugar era uma chinesa que não parou um minuto de falar, em chinês, ao telefone celular. Pagamos a conta (total: € 10,50) e seguimos a mesma rua em direção à estação ferroviária, onde chegamos uns dez minutos depois.


Estação Ferroviária de Alba

A estação é bem pequena, sinal de que apenas trens locais chegam e partem dela. Meus amigos foram até o guichê onde tiveram dificuldades de se fazerem entender, já que o senhor que atendia não falava inglês e seu italiano era incompreensível. Para piorar, ele falava por detrás do vidro de proteção do guichê em tom muito baixo. De toda sorte, descobriram que não havia possibilidade de marcar passagens naquela estação e que teriam que pegar um trem local e descer em Bra, onde teriam que fazer nova conexão para Turim, cidade em que seria possível fazer as necessárias reservas e marcações. Voltamos para o hotel, pois já estava perto do horário de jantarmos. Coloquei uma roupa mais apropriada para o frio que fazia, em torno de 12º C, e voltamos para a rua, seguindo a pé para o restaurante Dulcis Vitis (Via Ratazzi, 7-7A). Antes de sair, identificamos o melhor caminho no mapa. Em menos de dez minutos estávamos entrando no restaurante, onde Vera e Cláudia já estavam sentadas. A reserva estava marcada para 20 horas. Cláudia não se sentia bem. Estava apenas nos esperando para ir embora. O pessoal do restaurante já havia providenciado um táxi para ela seguir para o seu hotel. Foi uma pena, pois a experiência gastronômica foi fantástica. Minhas impressões sobre este restaurante constarão de postagem específica. Ficamos mais de duas horas no Dulcis Vitis, onde não há wi-fi disponível, mas ao alugar um carro na Hertz, Vera e Cláudia receberam um pequeno aparelho que funcionava como um wi-fi móvel. Foi a salvação de todos enquanto o carro estava com elas, o que garantiu acesso à internet em quase todos os locais do Piemonte. Terminado o jantar, resolvemos acompanhar Vera até o Hotel Calissano, passando pelas estreitas ruas do centro de Alba. Não havia ninguém nas ruas. Parecia uma cidade fantasma. Vimos apenas alguns lixeiros e faxineiros que limpavam o centro histórico. A caminhada com Vera durou meia hora, pois fomos bem devagar, apreciando os prédios antigos e as vitrines das lojas na Via Vittorio Emanuele, a principal rua do centro de Alba. Na volta, observei que a cidade tinha vários quiosques que vendiam produtos Sebaste Gallo D'Alba, especialmente torrones. Deixei para comprar em outra ocasião, pois estava cansado e tínhamos hora para sair na manhã de sexta-feira, quando iríamos visitar uma vinícola da região. No hotel, perguntei na recepção como fazia para diminuir a temperatura no quarto, recebendo a resposta que era "winter time", sendo impossível abaixar para menos do que 23º C. Recebi a bela sugestão para abrir a janela para esfriar o quarto. O detalhe é que o ar condicionado e a calefação do quarto não funcionam quando a janela está aberta. Cabia a mim decidir pelo calor da calefação ou pelo frio externo. Optei pelo primeiro. No quarto, foi deitar na cama e apagar.


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