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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

COMPRAS EM MILÃO

Assim que terminamos o almoço no Cracco, estava caindo uma fina chuva. Vera e Cláudia tinham horário marcado para ver a Santa Ceia e eu nada tinha programado. Combinamos de nos encontrar novamente às 17:30 horas no Emporio Armani Caffè, no final da Via Montenapoleone (Piazza Croce Rossa, 2). Cada um seguiu seu rumo. Minha primeira parada foi na loja de departamentos La Rinascente, pois Vera pediu para eu comprar um pote de Perle di Tartufi. Para evitar desejos instantâneos, peguei o elevador direto para o sétimo andar, onde fica a pequena delicatessen da La Rinascente. Achei e comprei a encomenda. Antes de descer, me deu um estalo para comprar uma calça jeans, item que não tinha colocado em minha bagagem nesta viagem. Estava sentindo falta. Há um setor específico para jeans que fica em um anexo. Perguntei em que piso poderia acessar a passagem para o anexo, o que de pronto o caixa da delicatessen respondeu dizendo ser no primeiro piso. Peguei as escadas rolantes, mas sem olhar muito para os andares, evitando compras de supetão. No setor de jeans e casual wear há uma ampla variedade de opções. Vi algumas, mas nada me agradava muito, pois tinham detalhes que eu não queria, como mistura de padronagem, rasgos, costuras aparentes, bolsos bem baixos, entre outros. Acho que estava com cara de dúvida, pois uma vendedora se aproximou, perguntado se poderia me ajudar. Expliquei como queria a calça e meu número nos padrões europeus: 38. Ela olhou para minha cintura e afirmou que deveria ser 36. É sempre bom ouvir isto! Pedi para ela me mostrar os modelos, dizendo que iria experimentar sempre os dois números. Gostei de apenas três tipos de jeans dentre todos os que ela trouxe para eu experimentar. Peguei os três e fui para o provador. Uma vestiu muito mal, já sendo descartada de imediato. Era uma Armani Jeans. As outras duas ficaram ótimas em meu corpo, e ambas na numeração 36. Escolhi a mais escura. Era uma Diesel. Decidi levá-la (€ 120). Ao ir para o córner da marca, vi uma camisa de malha preta (€ 40) com a frase: "I write my own story", tudo a ver com meu momento pré 50 anos. Comprei as duas peças. Ao invés de sair pelo anexo onde eu estava, que dava para a rua, voltei para o interior da loja, saindo no primeiro piso e pegando a primeira escada rolante. Não tinha rumo certo, mas por força do destino, a escada terminava em frente a um córner da Bottega Veneta. Algo me empurrava para a compra da pulseira de couro e prata. Entrei ressabiado, tendo em vista o tratamento que tinha tido naquela manhã na unidade da mesma grife na Via Montenapoleone. Uma vendedora atendia um casal de japoneses que via uma série de bolsas e pastas, mas foi muito gentil ao perguntar-me se queria ver alguma coisa. Com minha resposta, ela chamou um outro vendedor. Fui muito bem atendido. O jovem vendedor me mostrou todos os tipos de pulseiras que havia na loja, experimentei um monte delas, mas nenhuma fechava no meu pulso. Coloquei no pulso o mesmo modelo que tinha experimentado mais cedo. Como na outra loja, só tinha tamanho médio que não cabia em meu braço. Muito simpático, o vendedor se prontificou a verificar no sistema se havia o tamanho maior em outra loja. Enquanto esperava, me serviram espumante e água com gás San Pellegrino. Tratamento totalmente diferente do que eu tive na manhã. Sorridente, ele encontrara um modelo em outra loja. Quando ele mencionou a Via Montenapoleone, eu relatei minha experiência matutina. Ele me pediu desculpas pelo ocorrido, disse que aquele não era o padrão de atendimento da Bottega Veneta e que a pulseira estava disponível em outro endereço, perto da Montenapoleone, em uma unidade inaugurada apenas há um mês, com outro conceito de decoração interna, chamada de maison, sendo a maior loja da grife no mundo. Ele me deu o endereço, Via Sant'Andrea, 15. Como eu não sabia onde era, abri o mapa. Ele me mostrou onde ficava. Agradeci a gentileza e decidi ir conhecer a Maison Bottega Veneta. Caminhando a passos largos,, por causa da chuva, pela Corso Vittorio Emanuelle II, parei na Piazza San Carlo para entrar na Basilica di San Carlo al Corso. Por fora, é imponente, mas sem rebuscamento. Por dentro, bem simples, se comparada com o Duomo di Milano. Segui em frente, atravessei a Piazza San Babila, entrando na Via Montenapoleone até a segunda rua transversal, a Via Sant'Andrea. Virei à direita. Mais ou menos no meio do quarteirão fica a loja. Ela tem duas entradas, separando a parte de artigos masculinos da outra dedicada às mulheres. Ao entrar, percebi que a decoração é bem mais clean do que a das demais lojas da grife pelo mundo. Fui recebido pela gerente. Ao saber o que eu queria ver, chamou um vendedor e disse, em italiano, que eu era o que tinha estado na La Rinascente. Deduzi que houve uma ligação entre as lojas. Quem me atendeu foi Davide. Desta vez trouxeram-me champanhe Moet Chandon e água mineral com gás San Pellegrino. Davide me conduziu para uma sala, onde fiquei sentado, vendo um leque de opções de pulseiras de couro e prata. A primeira que experimentei foi a que queria comprar, mas doce ilusão, pois o maior tamanho fabricado até que fechou em meu pulso, mas se eu fechasse a mão, ele se abria. De qualquer forma, para tirar a dúvida sobre o preço, já que o vendedor da unidade da Via Montenapoleone tinha dito que custava € 480. Davide pegou o catálogo e me mostrou o preço: € 280. Tirei a conclusão que o fulano não tinha ido com minha cara. Na Maison foi bem diferente. Mais modelos foram mostrados e eu ia experimentando todos. Davide e a gerente se empolgaram e trouxeram modelos mais sofisticados, com diamantes, com detalhes em ouro ou outras pedras. Foquei no que tinha pensado: prata com couro. Gostei de uns cinco modelos. Foi difícil decidir. No final, comprei duas, ambas pretas. Uma maior, que dá três voltas no braço, modelo que vi muito nos pulsos durante esta viagem na Europa, nas vitrines em Paris e nos editoriais de moda de revistas de bordo. Ela custou € 290. O outro modelo, que traz peças de prata escurecida com frisos que imitam a padronagem entrelaçada característica da grife, custou praticamente a mesma coisa, € 280. Antes de encerrar a compra, Davide me pediu para preencher uma fica de cadastro. Vendo a data de meu aniversário, dali a dois dias, foi todo sorrisos, perguntando se comemoraria em Milão. Ao saber que seria em Paris, já foi indicando locais para ver e ser visto, para um esquenta, para jantar e para dançar. Escreveu tudo para mim. Saí satisfeito com a compra. Ainda faltavam 40 minutos para a hora de me encontrar com as meninas. Fui para a Via Montenapoleone. Mais uma vez por obra do destino a chuva caiu quando eu passava em frente à loja da Camper. Entrei para fugir da chuva, aproveitando para dar uma olhada nos novos modelos de sapatos esportivos desta marca espanhola da qual gosto muito. Conclusão: mais uma compra feita. Um lançamento, cor preta e solado branco, por € 120. Parecia que a chuva conspirava para esta compra, pois quando acabei de pagar, ela parou. Fui para o local de nosso encontro. Cheguei 15 minutos antes do horário previsto. O Emporio Armani Caffè é muito concorrido para o happy hour. Quando procurava uma mesa vazia para me sentar, vi que Cláudia e Vera já estavam acomodadas ao fundo, atrás da escada, mas com vista para a rua. A chuva voltou a cair. Sem saber que tinha comprado as pulseiras, Vera pediu para eu deixar aquelas sacolas com Cláudia e me levou para a loja Emporio Armani, com passagem pelo café. Lá, me mostrou uma vitrine com pulseiras de couro e prata. Tinha um modelo, na cor caramelo, bem parecido com o que eu passara o dia experimentando e não servindo em meu pulso. Não resisti, experimentei, serviu, gostei, comprei (€ 120). Dei por encerrada esta orgia de compras em Milão. Voltamos para o café, onde decidimos tomar um drinque. Nossa escolha recaiu novamente no Spritz e desta vez aprovamos. Estava muito bom. Veio acompanhado de petiscos salgados. Ficamos por mais de uma hora papeando, esperando a chuva passar. Quando passou, pagamos a conta e saímos. Era nossa última noite juntos na viagem. Não tínhamos nenhum restaurante reservado para jantar. A decisão foi por andar pela região, recheada de pequenos restaurantes, escolhendo o que mais nos fosse aprazível. Obviamente que houve paradas em algumas lojas no caminho. Perto de 20 horas, decidimos jantar. O escolhido foi o Convivium (Via Ponte Vetero, 21). Após o jantar, sem chuva, voltamos a pé para o hotel, passando por pequenas vias, onde charmosos restaurantes ocupam parte das calçadas. No hotel, combinamos de tomar café da manhã juntos. Fui para o quarto arrumar, mais uma vez, as malas.

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