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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CAMINHANDO NO CENTRO DE ALBA

Assim que acordei na manhã de sábado, abri a cortina para ver o tempo. Estava nublado, mas sem chuva. Para minha surpresa, o estacionamento público em frente ao Hotel I Castelli (*) estava completamente lotado de ônibus, carros e vans. Eram pouco mais do que 8 horas da manhã. Vi grupos de velhinhos saindo dos ônibus e se dirigindo para o centro histórico da cidade. Seria para visitar a 83ª Fiera Internazionale del Tartufo Bianco d'Alba?, foi a pergunta que me veio à mente. Liguei para Rogério, combinando descer em meia hora para o café da manhã, servido no subsolo do hotel. Desci de escada. No térreo havia um intenso movimento de pessoas. Assim que me sentei no salão do café da manhã, perguntei ao garçom porque tamanho movimento. Ele me disse que todos os sábados, até começar o inverno, acontecia uma grande feira nas ruas do centro da cidade, onde se vendia de tudo: alimentos, artesanato, utensílios de cozinha, flores, roupas, bijuterias, discos, livros, antiguidades, trufas brancas e negras, bebidas. Era este o motivo de tanto movimento. Trocamos mensagens por whatsapp com Vera e Cláudia, que já estavam nas ruas passeando, e confirmamos o horário para nosso almoço, ao meio dia, no Caffè Umberto. Por volta de 9:30 horas, eu, Emi e Rogério saímos para conhecer a parte histórica da cidade, mesmo local onde acontecia a feira. Do hotel, seguimos a Corso Torino para a esquerda até a Piazza Garibaldi, uma espécie de porta de entrada para a parte antiga da cidade. Ali já havia barracas vendendo roupas e alimentos, além dos enormes quiosques da Sebaste Gallo D'Alba, vendendo seus doces à base de avelãs, como os torrones. Pegamos a direção da esquerda, parando nas barracas que vendiam legumes, onde havia alguns tipos de tomates que não vejo no Brasil. Chegamos na Piazza Marconi, onde uma estrutura coberta abrigava mais barracas de comidas, roupas e flores. Emi não resistiu e comprou alguns pares de meia. Entramos no emaranhado de ruas pequenas, sempre tomadas por gente e por barracas, chegando na Piazza Pertinace. Nesta praça, as barracas eram diferentes, todas padronizadas, vendendo apenas produtos da região, especialmente alimentos, como queijos, embutidos, mel e trufas. Esta parte da feira se chama Mercati della Terra (Mercados da Terra). Na praça, há dois pontos de interesse turístico, a Chiesa San Giovanni (4) (Igreja de São João), existente no local desde o Séc. XIII, e o Tempio Romano, ruínas do que foi um antigo templo. Tais ruínas foram descobertas quando restauravam o prédio medieval do Palazzo Marro. O interior da igreja está bem conservado, com belas imagens sacras. Saindo desta praça, percorremos novas vias, chegando na Via Cavour, onde está o Palazzo Municipale (12), aberto para visitação pública, mas não quisemos entrar, seguindo direto para a Catedrale San Lorenzo (1) localizada na Piazza Resorgimento. Nesta praça é onde acontece tudo, especialmente à noite, pois tem área grande para abrigar um palco, onde já rolava música mecânica. Desta praça também se vê as torres medievais (6) que sobraram de um tempo em que Alba era conhecida como a cidade das cem torres. Entramos na catedral. Não tem um interior exuberante como outras igrejas italianas, mas tem belas obras de arte, uma urna funerária em formato de armadura de guerreiro romano contendo a ossada de São Fortunato e uma pia batismal do Séc. VI, que pode ser vista a partir de uma estrutura de ferro, bem moderna, montada no piso da catedral. Percorrendo mais ruelas, chegamos na Piazza Vittorio Veneto, onde está a Chiesa di Santa Catarina (Igreja de Santa Catarina), construída no Séc. XVII. Seu interior é pequeno, no qual o dourado domina as paredes. Acontecia uma cerimônia coletiva de batismo, com dois padres conduzindo o evento. Na mesma praça está o Teatro Sociale G. Busca (10) que vimos só por fora. Ao lado do teatro está o Palazzo Govone, onde entramos, conhecendo seu pátio interno. Ali funciona uma escola e acontecia uma aula/degustação de vinhos da região. Mais à frente, na Via T Calissano, está a Chiesa di San Domenico (2) (Igreja de São Domingos), que foi construída a partir de 1292. Nela acontecia uma exposição do artista plástico Verdirosi. Resolvemos entrar, pagando € 2 pelo ingresso, dinheiro utilizado na restauração da igreja. Seu interior é bem claro, com interessantes afrescos recuperados nas capelas ao fundo. O local não funciona mais como igreja, abrigando exposições temporárias de arte, além de ser palco para concertos de música clássica e sacra. Já passavam de 11 horas da manhã quando saímos desta igreja. Resolvemos nos dirigir ao ponto de encontro, passando por novas vielas, até chegar na principal rua do centro, a Via Vittorio Emanuele, onde está concentrado o comércio mais fino da cidade. Alcançamos esta via pela Via Paruzza, onde há duas igrejas localizadas em sentido diagonal. Entramos na Chiesa della Maddalena (3), datada do Séc. XVIII. Estava cheia, pois uma missa ocorria naquele horário. Do outro lado, na esquina com a Via Gioberti, está a Chiesa San Damiano (5), onde não entramos. Pegamos a Via Vittorio Emanuele em direção à Piazza Savona, local de nosso encontro. Tinha locais quase impossíveis de se passar, pois as barracas são montadas no meio da rua e um aglomerado de gente andava de um lado para o outro, parando nestas barracas ou entrando nas diversas lojas da via. Na Piazza Savona, há um parque de diversões. Tínhamos combinado com Cláudia e Vera de esperá-las em frente ao carrossel. Chegamos às 11:45 horas e, cinco minutos depois, elas apareceram. O sol resolveu dar as caras, possibilitando bonitas fotos do local. O restaurante que escolhemos para almoçar era o Caffè Umberto, que fica em uma das arcadas da praça onde estávamos. Além de restaurante, ele também é uma enoteca. Estava fechado, mas um garçom apareceu, informou que só abria às 12:30 horas, perguntando se tínhamos reserva. Com a resposta negativa, ele disse que somente havia lugar ali fora, onde as mesas já estavam montadas, mas não podíamos sentar antes da abertura do restaurante. Mais gente foi chegando, o que nos fez "apossar" de uma mesa logo. Começaram a atender as mesas quinze minutos antes do previsto. Assim que terminamos de almoçar, fomos caminhando até o Hotel Calissano, ponto de encontro e de partida para a caça às trufas brancas. Como tínhamos tempo, conhecemos as dependências do hotel. Sandro, o nosso guia para a caçada, chegou antes do horário agendado, que era 14:30 horas. Estávamos prontos para uma nova aventura.


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