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domingo, 10 de novembro de 2013

UM CAVALO, UM CANTOR, UM CARRO, UMA FRUSTRAÇÃO EM MILÃO

O dia amanheceu sem chuva na terça-feira, dia 29 de outubro de 2013. Tínhamos combinado de tomar café da manhã juntos às 9 horas. Acordei com vontade de dormir mais, mas desci para um bom repasto na companhia de Vera e Cláudia no restaurante do Maison Moschino. Elas iriam conhecer a Pinacoteca di Brera, o Castello Sforcezco e a famosa Santa Ceia, de Leonardo Da Vinci. Eu já conhecia todas estas atrações, não comprando o ingresso antecipado para a Santa Ceia, que era conjugado com a pinacoteca, antecipadamente, pela internet, como elas o fizeram. E se não fosse assim, não conheceriam a pintura de Leonardo, pois só se entra com agenda prévia. Assim, teria uma manhã e uma tarde para andar sozinho pela cidade, uma vez que nos encontraríamos para almoçar no Cracco. Terminado o café, combinamos de nos encontrar às 12:30 horas na porta do restaurante reservado, subi e deitei de novo, tirando uma breve soneca. Saí às 11 horas do hotel. Decidi caminhar até a Piazza Duomo, parando em frente às edificações que eu achava mais interessante para fazer algumas fotos. Praticamente fiz o mesmo caminho que fizemos na noite anterior para voltar ao hotel, só que em sentido inverso. Quando passava em frente à Pinacoteca di Brera, me chamou a atenção um senhor que solava algumas árias de ópera, acompanhado por um pequeno som. Muita gente parava para ouvir, dando alguns euros. O mais incrível é que bem perto fica o Palazzo Cusani, onde há uma escola de música erudita e ensaiavam ópera, sendo possível ouvir as pessoas cantando do lado de fora. Uma perfeita sinergia entre o senhor e os alunos da escola. Este palácio é muito bonito, com uma bela escultura de um cavalo em sua entrada (que ilustra esta postagem), chamada Cavallo Impennatto, de Aligi Sassu, 1960. Segui em frente, virando à esquerda na Via Monte di Pietà, caminhando até a entrada da estação de metrô Montenapoleone, onde parei para fotografar uma estranha estrutura de mármore que fica em frente ao Emporio Armani Caffè. Neste caminho, há inúmeras galerias de arte, com obras as mais variadas possíveis. Naquele momento, decidi me presentear com uma pulseira de couro e prata, acessório que tinha visto em uma revista de bordo. Na cabeça veio a grife Bottega Veneta. Estava bem perto da Via Montenapoleone onde há uma grife desta loja. Dirigi-me para ela. Entrei na loja e fui recebido por um mal humorado vendedor, daqueles que te olham da cabeça aos pés e o julgam pela roupa que você está vestido. E eu estava com uma calça sintética, impermeável por causa da chuva, da Nike, marca que alguns vendedores de lojas de grife abominam. Pedi para olhar uma pulseira. Ele me deixou em pé, trazendo-me, em seguida, um único modelo. Tinha gostado dela. Enquanto experimentava, ele me disse que ela custava caro (€ 480). Aquilo me deu uma raiva! Não tinha perguntado nada, estava ainda experimentando, e o cara vinha com tal afirmação. A pulseira não fechou em meu pulso. Fui embora irritadíssimo. Já era quase meio-dia e ainda estava distante do restaurante. Apertei o passo, percorrendo todo o Corso Vittorio Emanuele II, sem prestar atenção em nada. Só fui focar alguma coisa quando vi um carro da Fiat, modelo 500 todo adesivado com as frases: "tua, mia e nostra";  e "yours, mine and ours"; escritas em diversos tamanhos e fontes. Era a versão milanesa dos carros para aluguel como as famosas bicicletas de Paris que hoje existem em várias cidades do mundo. Este carro estava parado perto do Duomo di Milano, bem próximo do Palazzo Reale di Milano. Segui em frente. Neste momento, percebi que estava sendo seguido por um homem. Entrei na loja da Benetton e ele ficou na porta. Quando sai, ele continuou no meu encalço. Procurei rapidamente uma polícia e para perto dela me dirigi. Ele deixou de me seguir, indo em direção contrária, mas sempre olhando para trás para ver onde eu estava. Quando ele não mais estava no meu horizonte, fui para o restaurante, encontrando-me com Cláudia e Vera antes de chegar ao local marcado. Fizemos uma horinha em uma loja de cosméticos, esperando dar a hora do restaurante abrir, o que aconteceu às 12:30 horas. Ainda não desistira da pulseira. Uma tarde inteira me esperava.


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