A van me deixou na porta do Terminal 1 do Aéroport Charles De Gaulle. Os balcões de despacho da TAM ficam bem próximos desta portaria. Não havia ninguém na fila para o check in de quem viajava de classe executiva. Coloquei a mala maior na esteira e entreguei meu passaporte para o atendente, que falava português com sotaque lusitano. Antes de qualquer coisa, ele informou que o voo estava muito atrasado, com previsão de saída de Paris para depois de 23 horas. O horário inicial era 20:30 horas. Ali mesmo no balcão, já fui informado que minha conexão em Guarulhos estava comprometida e remarcaram meu trecho Guarulhos-Brasília para 12:55 horas, enquanto o previsto era eu sair de lá por volta de sete horas da manhã. Não adiantava reclamar, pois não havia nenhum avião da TAM em solo. Tinha apenas uma opção: esperar. Ainda bem que viajava de executiva, podendo ficar na sala vip da Star Alliance. Com o cartão de embarque nas mãos, bagagem de mão e mochila, segui para a alfândega francesa, onde peguei o carimbo para a restituição dos impostos de duas compras que tinha feito na Itália. Não havia fila. Fui rapidamente atendido e não houve necessidade de mostrar as compras, mas para o casal que estava atrás de mim, pediram para eles abrirem as malas e mostrar tudo que tinham comprado. A seguir, era hora de enfrentar nova fila. Desta vez para receber o dinheiro do imposto. Havia uma senhora fazendo uma espécie de triagem e dando a senha para os turistas. Muitos chineses lentos estavam na minha frente, mas como não tinha pressa, fiquei calmo. Na minha vez, ela disse que para uma das compras, o imposto seria restituído via cartão de crédito, mostrando-me a caixa onde depositar o envelope. A outra poderia ser em dinheiro. Para receber em euros, a espera era de mais de uma hora por causa dos chineses que sempre preferem esta moeda, ao deixar a França. Quis receber em dólar. Recebi a senha e fiquei em pé esperando, pois não há local para sentar. Em menos de dez minutos fui chamado, recebi os dólares, indo, sem seguida, para o portão de embarque, onde meu cartão foi conferido, passei no controle de imigração, quando o funcionário estranhou a minha foto de bigode, mas não criou caso. Já estava na área de lojas. Fui gastar os últimos euros comprando um presente de aniversário para uma amiga, um perfume para mim e uma bolsa expansível da Longchamp, também para mim. Ainda eram 18:30 horas quando terminei tudo. Fui para a sala vip, onde esperei muito para embarcar. A sala tem hora de fechar. Por volta de 22 horas, não havia mais nenhuma comida disponível. Somente passageiros da TAM aguardavam na sala. A companhia estava pagando a hora extra para manter a sala aberta somente para seus passageiros. O chamado foi feito perto de meia noite. Cansado, fui para o portão de embarque. É uma longa caminhada até ele. Até então, não tinha passado por nenhum controle de raio X. Naquele terminal, este controle é feito no satélite de embarque, bem perto do portão. Um monte de gente estava aglomerado em frente aos portões por onde embarcaríamos. Não houve nenhum embarque prioritário. Valeu a lei do mais forte. Deixei a turba passar, entrando no avião quando já estava bem mais calmo. Acomodei-me na primeira fileira da classe executiva, preparando-me para dormir. Avisei à comissária que não queria jantar, pedindo a ela que me acordasse para o café da manhã. Houve muita turbulência, motivo pelo qual dormi picado, muito mal. Em Guarulhos, chegamos com cinco horas de atraso. Como tinha três horas para meu voo, fiquei calmamente na loja Dufry, na qual comprei alguns chocolates e perfumes. Passei sem ser parado na alfândega brasileira. Fui direto para o balcão de conexão da TAM, mas, como de costume, a esteira não estava funcionando. Peguei o elevador e fui despachar a bagagem maior no saguão superior. Fui primeiro no balcão da classe executiva, mas a empregada disse que só atendia voos internacionais, apontando-me o balcão para quem tem o cartão fidelidade vermelho. Fiquei um bom tempo na fila, sem perspectivas de ser atendido. A gerente interviu, levando-me para o mesmo balcão que eu tinha tentado fazer o check in antes. Na hora de sair, a jovem atendente me disse que eu tinha que despachar a minha mala de mão. Tentei argumentar que sempre viajava com ela na cabine, mas ela foi taxativa, dizendo-me para eu não me importar, pois colocaria uma etiqueta de prioridade e as duas malas seguiriam juntas para Brasília. Sem discutir, despachei a mala de mão. O voo saiu no horário, lotadíssimo. Em Brasília, a espera foi longa para sair a primeira mala na esteira. E a minha espera foi mais longa ainda, pois a bagagem maior apareceu logo, mas a menor não. O setor esvaziou. Eu e uma senhora estrangeira ficamos a ver navios, ou melhor, ficamos sem ver nossas malas. Reclamei para o funcionário TAM que estava acompanhando aquele desembarque. Ele passou um rádio para o setor de bagagens e nada mais havia por lá. Era hora de reclamar no setor de malas extraviadas. Fui o primeiro a fazê-lo. Enquanto a moça abria meu processo, ela recebeu uma mensagem que minha mala tinha ficado em Guarulhos e que chegaria em Brasília no próximo voo, por volta de 17:30 horas. Concluiu o processo, afirmando que a mala seria entregue em minha casa até às 21 horas daquele domingo, 03 de novembro. Fui embora. Já em casa, com a mala maior desfeita, depois de um bom banho, recebo uma ligação da TAM perguntando se poderiam entregar a mala. Às 20:10 horas, quando o funcionário da TAM bateu campainha na minha casa, acabava a saga da mala de mão. Era o final de uma viagem curta, mas excelente.
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