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terça-feira, 5 de novembro de 2013

LA SPINETTA

A sexta-feira, 25/10/2013, amanheceu nublada, fria, mas sem chuva. Abri as cortinas da janela do quarto do hotel I Castelli em Alba. Meu quarto era virado para a frente do hotel, o que me permitia ver o movimento da cidade e do estacionamento em frente, além da chaminé sempre ativa da fábrica da Ferrero Roche. Desci para tomar café da manhã com Emi e Rogério, que estava incluído em nossa diária. Era um serviço de buffet, com razoáveis opções de pães, bolos, frios, embutidos e biscoitos. O que mais queria era tomar um bom suco de laranja vermelha, algo comum nos hotéis italianos. Para minha sorte, tinha, embora não fosse feito na hora. De qualquer forma, matei minha vontade. Na cidade sede da Ferrero Rocher, cuja fábrica tem visita guiada, mas não estava em nossos planos, não poderia faltar a Nutella. Pequenos sachês com porção individual estavam à disposição dos hóspedes. Como tínhamos combinado com Silvia Aprato, nossa guia da Tasting Tours, que sairíamos às 10 horas do hotel, apressei-me no café da manhã para subir ao quarto, tomar um banho, arrumar, colocando uma roupa mais quente, com bota, casaco e calça impermeáveis, guarda-chuva e um bom cachecol, e desci para o hall do hotel, onde já estavam Cláudia, Vera, Sílvia e a motorista que nos conduziria na parte da manhã. Emi e Rogério se atrasaram para descer, o que nos fez sair às 10:20 horas. Eu, Vera e Cláudia combinamos com a guia que o horário de saída do dia seguinte seria às 14 horas e não às 14:30 h, como previsto inicialmente, o que nos garantiria uma margem de tempo para eventuais atrasos. Seguimos direto para a região de Barbaresco, onde fica a vinícola La Spinetta. No caminho, traços azuis no céu indicavam que seria um dia sem chuva. Pedimos para parar o carro, pois queríamos tirar fotos de um belo parreiral que tinha no caminho. Depois, soubemos que aquelas parreiras já eram na propriedade da La Spinetta. No trajeto para a vinícola, Silvia despejava informações sobre o Piemonte, seus vinhos e sobre a vinícola para onde estávamos indo. A La Spinetta fica em Castagnole Lanze (Via Anunziatta, 17 - www.la-spinetta.com), um vilarejo pertencente a Barbaresco. Foi fundada pelo casal Giuseppe e Lidia Rivetti em 1977, produzindo inicialmente um moscato. Somente em 1995 produziu seu primeiro barbaresco. Hoje, ela produz vinhos com diversas castas, especialmente com a nebbiolo, a que dá vida ao barbaresco e ao barolo, também produzido pela La Spinetta. Ainda possui vinhedos na Toscana. Hoje, os irmãos Bruno, Carlo e Giorgio Rivetti dirigem a vinícola. Em cerca de meia hora chegamos na sua entrada, onde fomos recebidos por Manuela Rivetti, que nos conduziria na visita guiada pelas dependências do local. No entanto, devido ao nosso atraso, um grupo de americanos de Wisconsin, agendado para meia hora depois, já estava chegando. Como o grupo só entendia inglês e nós não tínhamos problemas em entender o italiano, houve uma troca de guias. Manuela ficou com os americanos e Stephano Mazetta, um dos enólogos da La Spinetta, virou nosso guia. Ele foi muito amável conosco, falando bem devagar. Dava para entender praticamente tudo. Quando tínhamos dúvidas, perguntávamos em inglês para Silvia que logo as sanava. Durante a degustação, Stephano descobriu que alguns falavam francês e sendo filho de francesa, começou a fala nesta língua também. Depois de nos mostrar as dependências da vinícola, falando sobre o processo de fabricação dos vinhos, algo que me soou mais do mesmo, pois já tinha visitado vinícolas na Argentina, fomos conduzidos para a sala de degustação. Um ambiente amplo, com duas mesas preparadas para receber os dois grupos. Queijo, pães, grissini e um azeite produzido pela vinícola foram colocados na nossa mesa. Os pães e grissini estavam em uma caixa de madeira com uma estampa de rinoceronte. Usam esta caixa para acondicionar certos vinhos. Todos os tipos de vinhos produzidos ali tinham, pelo menos, uma garrafa exposta nos aparadores encostados na parede da sala, onde também ficavam esculturas de rinocerontes, símbolo da casa. Stephano separou todas as garrafas da nossa degustação. Ao ver que não tinha um espumante, Emi pediu para começarmos com o que eles produziam, sendo prontamente atendido. Assim, degustamos os seguintes vinhos:
1. Contratto Millesimato Extra Brut 2009 - espumante com perlage fina e centralizada na flute. Leve, refrescante.
2. Langhe Sauvignon Blanc 2009 - branco com forte aroma de maracujá, mas como eles não tem a facilidade desta fruta, o aroma que os italianos identificam neste vinho é o de folha de tomate.
3. Cà Di Pian Barbera D'Asti 2009 - tinto sem graça.
4. Bionzo Barbera D'Asti Superiore 2009 - tinto encorpado, com taninos elegantes.
5. Barbaresco Vigneto Starderi 2007 - ótimo aroma, preenche toda a boca. Foi o que mais gostei.
6. Desmentià 2010 - vinho produzido por Stephano, não fazendo parte do portfólio da La Spinetta. Potente, pede comida, como a maioria dos vinhos italianos.
7. Barolo Vigneto Campè 2004 - um grande tinto, encorpado.
8. Barolo Vigneto Campè 2000 - uma garrafa com contra rótulo em japonês.


Stephano e Sílvia atrás das garrafas dos vinhos por nós degustados

Assim que terminamos, estávamos falando alto e interagindo com os americanos do lado, que tinham pedido para falarmos mais baixo logo que se sentaram, mas na medida em que bebiam, aumentavam o tom da fala. Era hora de sabermos os preços de cada vinho degustado. Como não me interessava em comprar nada, por causa do peso que teria que carregar na minha mala, fiquei tirando fotos das demais garrafas que estavam decorando o ambiente. Vera e Emi foram às compras. Como Vera tinha elogiado a caixa de madeira, acabou ganhando uma. Emi levou, entre suas aquisições, uma garrafa magnum. Rogério reclamou, pois era o início de viagem. No caso deles, ainda faltavam 28 dias pela frente. Chegaram a cogitar de eu carregar o peso para o Brasil...

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