Sempre tive curiosidade de conhecer a Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (Chapelle Notre Dame de La Médaille Miraculeuse). Na volta para o nosso hotel, depois de uma tarde de compras na loja de departamentos Le Bon Marché, resolvemos conhecer a igreja, pois ela fica bem perto de onde estávamos. Um movimento intenso de entra e sai e algumas pessoas pedindo esmolas na porta não deixa dúvidas de que ela funciona no número 140 da rue du Bac. Entramos junto com um grupo de mulheres, todas falando português. Um corredor ao ar livre dá acesso à capela, localizada no fundo, onde começava uma missa. O interior é bem simples, cujo altar é encimado por um afresco em tom azul que reproduz a aparição de Nossa Senhora para a irmã Catarina Labouré, ali mesmo na capela, em 18 de julho de 1830. Antes de sair, molhei meus dedos na água benta, passando-os em minha testa e pescoço. Da capela, fui direto para a lojinha, local pequeno que estava lotado de gente se aglomerando no balcão para pagar as muitas medalhas que cada um compra para levar para amigos e parentes católicos. Resolvi comprar algumas medalhas. Há vários tamanhos, cunhadas em alguns tipos de material. Vendem a unidade ou saquinhos com dez, vinte, cinquenta, cem e duzentas unidades. Além das medalhas, também há terços. Procurei uma imagem para levar para minha mãe, mas não vendem estatuária. Ao ir para a fila, vi uma estante com folhetos que contam a história da medalha e falam sobre o seu dom. Tais folhetos estavam disponíveis em francês, espanhol, inglês, italiano, alemão e português. Peguei alguns exemplares, pensando ser gratuito. Queria ter mais informações sobre a medalha e vi no folheto uma excelente oportunidade para tal. Na fila, conversando com Emi, uma senhora nos abordou perguntando se estávamos na excursão. Falamos que viajávamos por conta própria. Ela nos explicou que faziam uma viagem para conhecer locais de peregrinação católica na França. Ela era de Recife, mas o grupo tinha pessoas de várias partes do Brasil. Uma outra senhora chegou chamando-a para a missa especial que o grupo teria no segundo piso do prédio. Ela pagou rapidamente sua compra, nos deu boa viagem e seguiu radiante para sua celebração eucarística. Chegou a minha vez de pagar. Entreguei as medalhas para a irmã de caridade que me atendia, ficando com os folhetos nas mãos. Foi então que ela me disse que eles também eram vendidos, ao preço de € 0,10 cada um. Decidi só levar um de cada. Ao todo, minha compra ficou em € 17. Emi também levou algumas medalhas. Ainda curioso com a história da medalha, li que a Imaculada Conceição, ao aparecer para a irmã Catarina, pediu a ela que cunhasse medalhas, dando-lhe as coordenadas de como elas deveriam ser. Muitos atribuem à medalha graças alcançadas ao longo dos anos, o que a fez ser conhecida como medalha milagrosa. Segundo está escrito no folheto à venda na lojinha do lugar, "a medalha recapitula, através de seu rico simbolismo, os mistérios da fé. Evoca também os mistérios da encarnação e da redenção, evoca o lugar ímpar ocupado por Maria no desígnio de Deus; o amor do coração de Cristo e de sua mãe por todos os homens, a maternidade universal da Virgem Maria, o mistério da Igreja e as relações entre a terra e o céu." Da capela, seguimos direto para o hotel, sem parar em mais nenhum lugar. Sem nenhum restaurante reservado, pois tínhamos cancelado a reserva para jantar naquela noite no Pierre Gaignaire, decidimos por sair mais tarde e comer qualquer coisa no bairro Marais. Foi o que fizemos.
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