Há muito dizia que no dia em que completasse 50 anos estaria em Paris. Assim, no início de 2013, comecei a planejar uma curta viagem de férias, aproveitando os últimos dez dias referentes a este ano para fazer uma ótima comemoração. Faço aniversário em 31 de outubro, mesmo dia em que meu amigo Emi também faz, e por coincidência, somos do mesmo ano. Ele topou comemorar os 50 anos em Paris, cidade que ele gosta muito. Queria uma comemoração em alto estilo. Desta forma, me programei para viajar de classe executiva, comprando as passagens pela TAM ainda no primeiro semestre. Vera e Cláudia, duas amigas e minhas companheiras de viagens recentes ao exterior, estavam programando conhecer o norte da Itália, especificamente a região do Piemonte, para a mesma época, período em que há uma tradicional feira gastronômica na cidade de Alba, epicentro para quem quer caçar trufa branca (tartufo bianco) entre os meses de setembro e dezembro. Aceitei o convite para me juntar a elas, programando as minhas férias para o período de 23 de outubro a 01º de novembro, possibilitando-me estar em Alba no último final de semana de outubro para conhecer a tal feira gastronômica, a Fiera Internazionale del Tartufo Bianco D'Alba, em sua 83ª edição, além de acompanhar uma caçada às trufas brancas, visitar vinícolas de Barolo e de Barbaresco, conhecer as pequenas cidades da região, e fazer tour gastronômico entre os melhores restaurantes da região. Emi e Rogério também toparam. Assim, o grupo estava formado para um passeio no Piemonte entre os dias 24 e 28 de outubro. Depois, nós seguiríamos rumos distintos. Eu continuaria na companhia de Cláudia e Vera, indo para Milão, enquanto Rogério e Emi iriam para a Borgonha, na França. Conforme planejado, eu estaria em Paris no dia 30 de outubro, quando me reencontraria com os meninos, enquanto as meninas seguiriam para Portugal. Antes do início da viagem, tudo já estava pronto: passagens aéreas comprados para o trechos Brasília-São Paulo-Milão, Milão-Paris, e Paris-São Paulo-Brasília, hotéis em Alba, Milão e Paris reservados, todos em excelente localização, serviço de transfer do Aeroporto de Malpensa, em Milão, para Alba devidamente contratado, carro alugado para o passeio no Piemonte e para fazer o trajeto Alba-Milão, visitas a duas vinícolas reservadas, participação na caça às trufas brancas confirmada, restaurantes premiados devidamente reservados, além do seguro saúde Travel Ace comprado, pelo qual paguei R$ 231,54 (não costumo usar o seguro oferecido pelo cartão de crédito na compra de passagens aéreas internacionais). Chegou o dia de viajar: 23 de outubro, uma quarta-feira, primeiro dia de meu último período de férias de 2013. Meu voo de Brasília para Guarulhos estava marcado para 18 horas. Tinha tempo de sobra para fazer as malas. Decidi levar pouca coisa, pois nas duas últimas viagens para o exterior, eu tinha a mala mais pesada do grupo. Separei roupas versáteis que não amarrotavam muito. A dificuldade era quanto ao paletó, item obrigatório para jantar no restaurante escolhido para os meus 50 anos. Decidi não levar terno, mas sim um blazer de veludo e uma gravata, colocando-o em um plástico próprio de viagem, daqueles que o ar sai praticamente todo de dentro dele, deixando a roupa como se estivesse sido embalada a vácuo. Ao final, a minha mala pesou apenas 16 quilos (como estava de executiva, poderia levar até duas peças com 32 quilos cada uma), enquanto a mala de mão não chegou aos 5 quilos. Fiquei feliz em ter conseguido levar pouca coisa. Chamei um táxi por volta de 16:30 horas, pagando R$ 40,00 pelo trajeto de minha casa até o Aeroporto Internacional de Brasília, onde não tinha fila para o check in. Despachei a bagagem e peguei os cartões de embarque, seguindo para o portão indicado. O voo estava lotado e saiu no horário, aterrizando no Aeroporto Internacional de Guarulhos às 19:40 horas. Segui direto para a área do embarque internacional, onde havia uma pequena fila. Não demorei quinze minutos entre a passagem pelo controle de raio X e pela imigração. Parei na loja Dufry para comprar dois produtos que uso para o rosto. Faltava muito tempo para a partida do voo da TAM para Milão, previsto para decolar às 22:40 horas. Decidi esperar na sala vip da TAM. Um horror. Tinha gente sentada no chão, outros estavam com copo na mão do lado de fora da sala. Muito lotada. Parecia uma rodoviária em época de Natal. Gente e mala por todos os cantos. Bebi apenas uma tônica, sem muitas perspectivas de conseguir sentar, mas, para minha sorte, uma senhora me viu em pé com cara de poucos amigos e logo me chamou. Ela iria embarcar logo e me cedeu sua poltrona. Agradeci e ali fiquei até anunciarem o início do meu embarque. O voo atrasou cerca de quarenta minutos para decolar. A classe executiva não estava cheia. Foi um voo tranquilo, sem muita turbulência no trajeto. Dormi uma boa parte do voo. Embora tenha atrasado na decolagem, o avião pousou no horário correto, ou seja, às 14:05 horas do dia 24 de outubro, quinta-feira. No entanto, assim que o avião encostou na ponte de desembarque, pediram para ninguém se levantar, pois haveria atendimento médico a bordo. Uma senhora tinha passado mal durante o voo porque não havia tomado seus medicamentos rotineiros. Os paramédicos entraram, fizeram os procedimentos de retirada da senhora, liberando o desembarque. Meu transfer estava marcado para 15 horas, mesmo horário que combinei para encontrar com Emi e Rogério no desembarque do Aeroporto de Malpensa, em Milão. Como fui o primeiro a sair do avião, a passagem pela imigração foi muito rápida, onde me perguntaram apenas quantos dias ficaria na Europa. Esperei a mala na esteira indicada, que não demorou para aparecer. Na saída, como estava só, o agente da alfândega me parou, pedindo para eu abrir a mala maior. Coloquei a mala em cima de uma espécie de banco, destravei o código, permitindo que o agente checasse o conteúdo da mala. A checagem foi "meia boca", quando o agente só passou a mão por cima das minhas roupas. Fui liberado, fechei a mala e saí. Na saída, vi logo uma placa com o nome NOEL, conforme solicitei na contratação do serviço. Era o motorista italiano que me levaria para Alba. Pelo serviço, pagamos € 375, um valor bem salgado, mas era o mais rápido meio de se chegar ao nosso destino. Tínhamos pesquisado o percusso de trem, mas demorava cerca de 4 horas, com três conexões. Para quem tinha viajado cerca de 12 horas, cansado e com mala, o trem já não seria a opção mais confortável e na inexistência de trens diretos entre Milão e Alba, o caro do transfer saiu barato. Emi e Rogério já estavam no local. Seguimos para o estacionamento, onde Emi fumou antes de entrarmos na enorme van que nos conduziu, em duas horas, até o Hotel I Castelli, em Alba, onde chegamos às 17:20 horas. O tempo estava nublado e fazia frio. Começava uma ótima viagem de férias.
muito bom!! estou aguardando ansiosamente pelo relato do restante da viagem... que delícia!!! voce escreve muito bem... e deixa o texto fácil e interessante de ler. vou acompanhar...
ResponderExcluirLéo, você é um exímio contador de histórias... Desde há muito adoro ouví-las...
ResponderExcluirMe lembro, quando éramos ainda crianças, do dia em que você me narrou, na íntegra, um filme que, na alta noite anterior, assistira na TV: " O Expresso da Meia Noite "...
Seu entusiasmo, sua destreza com a narração, sempre ornada com grande riqueza de detalhes, sem nunca entendiar, me prenderam atento e curioso à história que, com muito gosto, ouvi do início ao fim ....
Anos depois, sendo já um jovem adulto, fui finalmente assistir ao tal filme por você a mim narrado....
Me impressionou como cada cena assistida corroborava com total fidelidade a sua narrativa, há muito ida no tempo mas ainda vívida em minha mente.......
Bem... Estou agora ansioso para acompanhar esta história de viagem no seu blog!!!!
Manda lá Primo! Sou seu leitor de carteirinha!
Um grande abraço, Kinko.
E as cenas dos próximos capítulos?
ResponderExcluirE as cenas dos próximos capítulos?
ResponderExcluirE as cenas dos próximos capiítulos?
ResponderExcluirE as cenas dos próximos capítulos?
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