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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DE GIVERNY PARA PARIS

A chuva começou a cair de forma fraca em Giverny. Estávamos já voltando pela rue Claude Monet, pois queríamos pegar o ônibus para Vernon que sairia às 17:20 horas. A caminhada leva, no máximo, uns quinze minutos, andando devagar. Apressamos o passo, abrimos os guarda-chuvas e seguimos sempre em frente. Eram 17:05 horas quando chegamos ao estacionamento, ponto de chegada e partida dos ônibus que fazem o trajeto Vernon-Giverny-Vernon. Nosso transporte já estava estacionado, com muita gente devidamente acomodada em suas poltronas. Eu tinha comprado o bilhete ida e volta (€ 8, aller e retour, como dizem os franceses), quando fiz o trajeto Vernon-Giverny. Foi entrar no ônibus, passar o cartão na máquina e assentar. Logo atrás da gente, vinham duas japonesas. Elas ignoraram o processo da máquina-leitora, escolhendo um assento. O motorista foi atrás delas e pediu o bilhete. Foi difícil elas entenderem que o transporte não era gratuito, mesmo o motorista falando em inglês. Notei que apenas uma delas entendia e tentava explicar para a outra que tinha que pagar a passagem no valor individual de € 4. A mais nova ficou rindo sem graça, tentando equilibrar as muitas sacolas com produtos adquiridos na loja da Casa de Monet. Abriu a bolsa e descobriu que não tinha dinheiro. Neste momento, percebi que elas não eram amigas e tinham se conhecido naquele lugar. A mais velha se prontificou a pagar para sua nova amiga. Quando sentaram, ainda riam baixinho, totalmente sem graça. Outro ônibus encostou. Foi a deixa para sairmos, mesmo faltando cinco minutos para o horário previsto. Já escurecia. No curto trajeto, deu para ver a harmonia da vida no campo, com vacas e avestruzes em pequenos currais, com a vida urbana, pois as casas, ruas asfaltadas e muitas lojas de Vernon estavam bem próximos. Atravessamos o Rio Sena e entramos no centro de Vernon, passando próximo à bela catedral local. Descemos em frente à estação de trens. Eram 17:30 horas. Emi foi fumar, enquanto eu e Rogério fomos nos informar sobre o horário do próximo trem para Paris e em qual plataforma deveríamos esperá-lo. Trem das 17:53 horas, plataforma 1. Eu tinha que validar o meu bilhete em uma das máquinas disponíveis no pequeno saguão da estação. Tinha uma máquina amarela bem na porta de acesso para as plataformas. Ali validei meu bilhete Vernon-Paris. Faltavam vinte minutos para o trem chegar. Tempo suficiente para procurar um banheiro. Só tinha desses banheiros químicos, que tem que colocar uma moeda de um euro para destravar a porta. O banheiro é enorme, mas individual. Quando chegamos perto, vi que a porta estava aberta. Entrei sem colocar a moeda e ela se fechou atrás de mim, ficando sem iluminação. Ainda dava para enxergar alguma coisa. Ao sair, custei a achar o botão que deve ser pressionado para destravar a porta. Usei a lanterna do celular. O segundo a entrar foi Rogério, aproveitando que a porta estava aberta. Só que o banheiro tem uma espécie de timing para ser limpo automaticamente, com uma água com produto de limpeza sendo jorrada no vaso sanitário e no chão próximo a ele. Rogério começou a gritar para sair e não conseguíamos abrir a porta por fora. Pessoas observavam, mas não se aproximavam para ajudar. Expliquei onde ficava o botão e ele, enfim, conseguiu sair. Foi a vez de Emi entrar. Para evitar novas confusões, segurei com o pé a porta. Assim, ele usou o banheiro com tranquilidade. Fomos, então, para a plataforma, onde um bom número de pessoas aguardava o trem. Ele chegou pontualmente. Não estava cheio como o da vinda. Foi tranquilo arrumar um local para sentar. Emi e Rogério, com bilhete de primeira classe, resolveram me acompanhar na segunda. Em menos de cinquenta minutos, chegávamos à Gare Saint Lazare. O movimento era intenso. Caminhamos direto para o metrô, pegando a linha 14 até a estação Châtelet-Les Halles e lá fizemos baldeação para a linha 4, descendo na estação Saint-Michel, muito próxima de nossa hotel. Chovia. Tínhamos pouco mais de uma hora para nos aprontar para o jantar em comemoração aos 50 anos: meu e de Emi. Reserva confirmada para 20:30 horas no elegante Le Meurice, localizado em hotel de mesmo nome. De banho tomado e devidamente vestidos com paletó (exigência do restaurante) e gravata (recomendação do restaurante), nos encontramos no saguão do nosso hotel. A chuva tinha parado. Resolvemos ir de metrô. Linha 4, baldeação em Châtelet-Les Halles, linha 1 em direção a La Défense, descendo na estação Tuileries, praticamente em frente ao Hôtel Le Maurice. No metrô, vimos muitos jovens em grupos, a maioria fantasiada para as festas de Halloween em Paris. Os mais velhos balançavam a cabeça em sinal de desaprovação, como a dizer: hábitos americanos dominam os jovens franceses. No saguão do hotel, Wilson, amigo de Emi que mora em Frankfurt, nos esperava para o jantar. Grande noite de 50 anos. Jantar fantástico, em local muito elegante e bonito. Fomos embora antes de meia-noite. Ainda dava para pegar o metrô para retornar ao nosso hotel. Foi o que fizemos.

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