Assim que chegamos da caça às trufas, resolvemos dar mais uma volta pelas ruas do centro de Alba para ver o movimento. Não havia mais as barracas da feira, mas uma multidão ia e vinha na Via Vittorio Emanuele. Fizemos o mesmo, andando bem devagar, olhando as vitrines, observando as pessoas. Um aglomerado de gente nos chamou a atenção em frente ao número 23/A da rua. Um forte aroma de alho não deixava dúvidas que havia trufas no pedaço. Era uma barraca da delicatessen I Piaceri del Gusto montada na estreita calçada do lado de fora da loja. Trufas negras e brancas, com seus respectivos preços, atraíam curiosos e compradores. Como estávamos procurando o vinho que tínhamos bebido no almoço para comprar, entramos. A loja é uma mistura de delicatessen, livraria com foco na culinária, e adega. Indicaram o subsolo como o local para procurar o vinho. Desci logo atrás de Rogério e Vera. A loja tem uma bem montada adega com vinhos de pequenos produtores da região, especialmente de barolos e barbarescos. Um verdadeiro achado para os apreciadores destes vinhos. O vendedor que nos atendeu era muito simpático e ao saber que éramos brasileiros, perguntou de qual cidade. Vera respondeu que éramos de Brasília e de Belo Horizonte. Ele disse que seu pai tinha morado em BH, quando da construção e inauguração da fábrica da Fiat, em meados dos anos setenta. Logo disse que eu era nascido na capital mineira, mas que morava em Brasília, apontando para Rogério como morador de BH. Procurei Emi para também identificá-lo como morador da cidade mineira. Olhei para trás e vi um homem de costas com a careca parecida com a de Emi. Dei um super tapa na ombro dele, afirmando bem paulatinamente "B E L O H O R I Z O N T E!". Nem vi o homem virar, continuando a conversar com o vendedor. Nesta altura, Vera já sabia que o vinho que procurava estava em falta, pedindo uma sugestão ao nosso atendente. Cláudia não parava de rir atrás de mim. Eu sem saber o que se passava. O vendedor indicou um vinho para Vera, dizendo que era muito bom. Só havia duas garrafas. Como ainda não tinha comprado nenhuma unidade de vinho até então, resolvi levar esta sugestão, o Carobric Barolo 1998 (€ 82), do produtor Paolo Scavino. Cláudia continuava a rir, mas conseguiu chegar até mim para dizer que eu tinha confundido e dado um tapa em um chinês, pensando que era Emi. Ela viu tudo, mas ria tanto que não conseguia se desculpar com o homem por mim. Olhei para trás e vi o tal chinês que olhava para mim com cara de incrédulo. Ao invés de pedir desculpas, comecei a rir junto com Cláudia. Vera, Rogério e o vendedor nada entendiam. Subimos a escada rindo muito, deixando o chinês atônito no subsolo. Emi estava na parte de cima. Ele nunca descera ao subsolo. Ainda rindo, paguei o vinho, esperamos Vera fazer o mesmo, voltando para a rua, onde dei de cara com a sorveteria Scchero. Os sorvetes italianos são sensacionais, motivo pelo qual entrei para comprar uma bola (€ 1). Escolhi um sabor da terra, ou seja, avelã, do qual gostei muito. Seguimos a via com os copinhos de sorvete nas mãos. Já mais no final da rua, entramos na loja Sisley. Vera e Cláudia resolveram voltar para o hotel, enquanto eu fiquei com Rogério e Emi na loja. Enquanto esperava Emi experimentar roupas e calçados, vi despretensiosamente algumas peças, encontrando um cardigã cinza que achei com o preço muito bom (€ 39,90). Comprei e deixei os meninos para trás, voltando ao hotel, pois tínhamos reserva para 20 horas no aclamado e premiado Piazza Duomo, restaurante integrante da seleta lista dos 50 melhores do mundo, edição 2013, onde ocupa a posição número 41. Demorei menos do que dez minutos para chegar ao hotel. Tinha uns quarenta minutos para estar pronto novamente para sair.
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